A gente costuma chamar tudo de trabalho, ou tudo de serviço, mas existe diferença entre essas duas coisas, sabia? O conceito mais comum descreve o trabalho como sendo qualquer atividade que você executa, enquanto que serviço é o ato ou efeito de servir. Ambos podem ser remunerados ou não.
Mas, o site “Por dentro de tudo” traz uma descrição bem bacana sobre a diferença em ter um trabalho e ter um serviço. O termo trabalho está relacionado à renda, enquanto que serviço está relacionado ao propósito de vida. Assim, o 1º está ligado à ação de fazer o que precisa ser feito, muitas vezes sem motivação alguma, ou mesmo por obrigação; isso muitas vezes, acarreta sentimento de frustração e estresse. Já o 2º é aquilo que você gosta de fazer, que te faz sentir motivado a ponto de você buscar formas de melhorar seu desempenho e seu conhecimento, pois isso reflete o impacto que quer trazer para a vida das pessoas. Em resumo, o site diz que “o trabalho pode ajudar na sobrevivência, porém o serviço te ajuda a se realizar”!
Entende agora que aquele entusiasmo em fazer determinadas tarefas tem a ver com serviço e não com trabalho?! Pois é, eu também achava que era tudo a mesma coisa, mas fui atrás de uma explicação para entender os incômodos que sempre sinto quando preciso parar de fazer uma coisa que gosto (escrever, pesquisar, ler, discutir o desenvolvimento dos textos, criar material de divulgação, estudar novos recursos...), para fazer coisas que NÃO gosto (tarefas domésticas em geral, serviços de lan house, compras e pagamentos presenciais, trabalhar com gente esperando na minha casa)!
E aí, ao conhecer a diferença entre os significados, entendi que o que sinto tem tudo a ver com os conceitos! Porque, de fato, o serviço me atrai mais que o trabalho. E não é somente por remuneração, não, que, sem dúvida, é bem diferente também (quando se trata de terceiros, porque tarefa de casa ninguém paga e é quase obrigação - só não é porque moro sozinha e me dou o direito de fazer certas coisas quando quero)!
A atração entre um e outro se dá também pelo esforço e dedicação que você empreende e que é reconhecido quando você faz um serviço, enquanto que no trabalho você é vista como quem está à toa o dia todo. No serviço, as pessoas perguntam se você está disponível e tem interesse em fazer, já no trabalho, as pessoas, muitas vezes, te impõem a necessidade delas, desconsiderando a sua disponibilidade e seus outros afazeres.
O bom nisso tudo é saber que não estou sozinha! Basta acompanhar profissionais que fazem home office ou trabalho remoto (que também são duas coisas diferentes) para ver que os relatos são os mesmos. Afinal, muita gente ainda não consegue compreender as novas formas de atuação no mercado de trabalho, e acham que o fato das pessoas estarem em casa, elas estão sempre disponíveis e com tempo livre, ou até, estão à toa!
Mas não é bem assim, porque trabalhar em casa é um baita desafio! Talvez bem maior do que enfrentar a rotina diária de trabalhos externos: deslocamento exaustivo, lidar com pessoas e temperamentos diferentes, passar por situações difíceis... Principalmente quando isso é uma opção (autônomo) e não uma escolha (contratado), e você tem que lidar com toda a pressão psicológica não somente do próprio serviço, mas também da influência normal do ambiente de casa, que faz com que você desenvolva suas atividades de uma forma menos rígida. Menos rígida no sentido de lidar com um expediente numa empresa, mas com a mesma exigência e dedicação para dar o seu melhor em cada serviço, porque deles dependem as portas abertas ou fechadas, já que o seu desempenho servirá de indicador e recomendação para conseguir novos serviços!
Portanto, lidar com o psicológico, em qualquer situação, exige força e energia! Especialmente quando a vida dá uma guinada e traz de presente um transtorno de ansiedade, o desafio de se manter são psicológica e mentalmente se torna constante e infinitamente maior! Pois mesmo que você ame o que faz – escrever, pesquisar, ler e criar – nem sempre você tem concentração e ânimo para fazer o que precisa ser feito, já que a procrastinação vem de mãos dadas com a ansiedade. E então você precisa reconfigurar tudo, recomeçar quase do zero, todo santo dia! Porque um ansioso vive mais de dias “pra baixo” do que “pra cima”, e às vezes, é justamente naquele dia que você está pra cima e que sabe que vai render no serviço, é que aparece um trabalho que interrompe o fluxo de concentração e de energia, corta aquele valioso "dia bom"... Quem é ansioso sabe que a gente vive um dia de cada vez, e às vezes, é preciso esperar bastante tempo para ter um novo “bom dia” que vai te trazer rendimento, mente aberta, pensamentos claros, energia, alegria...
Por essas e outras que a gente, talvez mais os ansiosos, acha que serviço e trabalho é tudo a mesma coisa, pois um, muitas vezes, tem o poder de tirar o brilho do outro e fazer tudo parecer igual. Mas não é! E devemos ter clareza disso não somente pelos conceitos descritos, mas, principalmente, pelas nossas aspirações na vida. Precisamos, definitivamente, compreender que a gente merece mais serviço do que trabalho; ser tratado com respeito pelo seu potencial profissional e humano, e também nos tratarmos dessa forma, nos dedicando àquilo que realmente nos realize.
Claro, ter uma boa remuneração é sempre bom, mas precisamos zelar mais pela nossa saúde mental, física e emocional. E isso começa quando a gente enxerga que, mesmo sendo no ambiente de casa, somos profissionais e merecemos reconhecimento e respeito pelo nosso tempo, nossa disponibilidade, nossa rotina, nosso querer; quando entendemos que um trabalho chato não pode ter o poder de atrapalhar o serviço que gostamos de executar; e quando aceitamos que trabalho e serviço são diferentes, mas que cabe a nós decidir o que quer para a vida! Particularmente, eu quero mesmo é ter somente serviço – como opção e como escolha de vida!!!
Claro, ter uma boa remuneração é sempre bom, mas precisamos zelar mais pela nossa saúde mental, física e emocional. E isso começa quando a gente enxerga que, mesmo sendo no ambiente de casa, somos profissionais e merecemos reconhecimento e respeito pelo nosso tempo, nossa disponibilidade, nossa rotina, nosso querer; quando entendemos que um trabalho chato não pode ter o poder de atrapalhar o serviço que gostamos de executar; e quando aceitamos que trabalho e serviço são diferentes, mas que cabe a nós decidir o que quer para a vida! Particularmente, eu quero mesmo é ter somente serviço – como opção e como escolha de vida!!!
Texto e Imagem: Léia Silva / Fundo: Canva
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