Título original: Abuso: a cultura do estupro no Brasil
Autor(a): Ana Paula Araújo
Ano da edição: 2020
Editora: Globo Livros
Gênero: Crime Real
Catalogação: Crime Sexual
Sinopse: Após quatro anos de pesquisas, viagens pelo país e mais de 100 entrevistas com vítimas e familiares, criminosos, psiquiatras e diversos especialistas no assunto, a jornalista Ana Paula Araújo escreve "Abuso - a cultura do estupro no Brasil" com coragem e sem meias-verdades.
A obra é uma reportagem que trata do medo e vergonha das vítimas, de como elas são julgadas e muitas vezes culpabilizadas pela sociedade e pelo poder público, das dificuldades para denunciar, dos caminhos para superar o trauma e seguir em frente e como atitudes tão entranhadas em nossa sociedade geraram uma verdadeira cultura do estupro em nosso país. Ela também auxilia as vítimas a utilizarem os meios de denúncia disponíveis no país, como o disque 100, e esclarece sobre o direito ao aborto decorrente de estupro, que é autorizado por lei sem que haja queixa na polícia. Ana Paula analisa casos que chocaram os brasileiros e outros tantos que, apesar de bárbaros, ficaram perdidos em meio ao constrangimento das vítimas e à lentidão da lei para mostrar como o estupro afeta toda a rede familiar e deixa marcas indestrutíveis na vida de quem o sofre. Ela acompanha todo o caminho das vítimas por justiça e mostra todas as facetas e implicações desse crime tão cruel e, infelizmente, tão corriqueiro no Brasil. "Abuso" é uma obra ousada, pesquisada com apuro e escrita com imensa sinceridade por uma das mais importantes jornalistas em atividade no país. Porém, mais do que tudo isso, "Abuso" é um livro extremamente necessário, que precisa ser lido por todos.
Autor(a): Ana Paula Araújo
Ano da edição: 2020
Editora: Globo Livros
Gênero: Crime Real
Catalogação: Crime Sexual
Sinopse: Após quatro anos de pesquisas, viagens pelo país e mais de 100 entrevistas com vítimas e familiares, criminosos, psiquiatras e diversos especialistas no assunto, a jornalista Ana Paula Araújo escreve "Abuso - a cultura do estupro no Brasil" com coragem e sem meias-verdades.
A obra é uma reportagem que trata do medo e vergonha das vítimas, de como elas são julgadas e muitas vezes culpabilizadas pela sociedade e pelo poder público, das dificuldades para denunciar, dos caminhos para superar o trauma e seguir em frente e como atitudes tão entranhadas em nossa sociedade geraram uma verdadeira cultura do estupro em nosso país. Ela também auxilia as vítimas a utilizarem os meios de denúncia disponíveis no país, como o disque 100, e esclarece sobre o direito ao aborto decorrente de estupro, que é autorizado por lei sem que haja queixa na polícia. Ana Paula analisa casos que chocaram os brasileiros e outros tantos que, apesar de bárbaros, ficaram perdidos em meio ao constrangimento das vítimas e à lentidão da lei para mostrar como o estupro afeta toda a rede familiar e deixa marcas indestrutíveis na vida de quem o sofre. Ela acompanha todo o caminho das vítimas por justiça e mostra todas as facetas e implicações desse crime tão cruel e, infelizmente, tão corriqueiro no Brasil. "Abuso" é uma obra ousada, pesquisada com apuro e escrita com imensa sinceridade por uma das mais importantes jornalistas em atividade no país. Porém, mais do que tudo isso, "Abuso" é um livro extremamente necessário, que precisa ser lido por todos.
TRECHOS EXTRAÍDOS NA LEITURA DO LIVRO
“Nossas mentes estreitas sequer são capazes de compreender tudo o que poderíamos ganhar se as mulheres fossem livres para se desenvolver sem medo”. - Sohaila Abdulali
“Estupro é o único crime em que a vítima é que sente culpa e vergonha”.
“Os estupradores ficam livres. Livres da cadeia e de qualquer constrangimento, culpa, peso na consciência ou remorso, protegidos pela cultura do estupro que prevalece no país. Eles, sim, seguem com suas vidas como se nada houvesse acontecido. Apenas a minoria vai presa e paga pelo crime com a privação da liberdade e com a condenação social que vem dos próprios presidiários”.
“A raiva do estuprador pode até ser atenuada com o tempo, mas, quando o ataque vem de pessoas que deveriam zelar por quem sofreu, a revolta permanece para sempre, e esse é um comportamento comum nas nossas instituições. Há o promotor que desconfia, o policial que debocha, o juiz que invalida a palavra da vítima”.
“Até hoje, mulheres que sofreram estupro e engravidaram têm o direito a abortar, mesmo sem dar queixa na delegacia. Não é necessário apresentar nenhum registro policial. Quase nunca funciona assim, mas é o que diz a lei. Muitas vezes, não funciona porque as mulheres desconhecem a legislação e não exigem seus direitos”.
“O aborto legal em caso de estupro é mais um exemplo de uma lei brasileira que simplesmente ‘não pegou’. E por vários motivos. O principal deles é o fato de os profissionais da saúde pelo Brasil desconhecerem a legislação e terem medo de ser responsabilizados pela Justiça”.
“Pela lei brasileira, uma vez que o estupro é um crime em geral cometido sem testemunhas, a palavra da vítima já é considerada uma prova”.
“Assim como o estupro, um aborto marca a vida de uma mulher para sempre. Nunca é uma decisão simples, mesmo quando é garantido por lei, como nos casos de violência sexual. A criança que nascerá será filha de um bandido estuprador, e não terá culpa disso, será ela também uma vítima, mas carregará em si o estigma”.
“É importante sempre lembrar que, em um episódio de abuso, deixar de lutar não é consentir. A prostração pode ser causada pela sensação de impotência, pelo fato de a mulher considerar que não há solução ou saída, que a única opção é tentar fingir que não está ali e fazer com que todo aquele tormento acabe o mais rápido possível. Além de tudo isso, ainda há o medo de morrer se continuar resistindo. Deixar de lutar pode significar muitas coisas na cabeça de quem sofre violência sexual, mas não é - e nunca será - consentimento”.
“Muitas pessoas, independentemente do gênero, no Brasil afora, ainda acham que ter relações sexuais é um direito, mesmo que a outra parte, geralmente a mulher, não queira. O companheiro estuprador tem o perfil de quem acredita que pode obter o que quer pela força bruta e nunca aceita um não como resposta. Muitas mulheres também acham que têm a obrigação de ceder, mesmo contra sua vontade”.
“Nenhuma lei autoriza, nem jamais autorizou, ninguém a forçar sexo com outra pessoa, ainda que seja cônjuge. Isso é crime de estupro, e talvez o tipo de estupro mais difícil de ser provado, mas, mesmo assim, continua sendo crime. É preciso que todos saibam disso”.
“As cicatrizes trazem paixão para a sua vida”.
“Apesar de termos nos acostumado a chamar todo abusador de crianças de pedófilo, a verdade é que, em geral, e na imensa maioria das vezes, os estupradores de menores de idade não sofrem dessa doença, mas são simplesmente bandidos que escolhem uma vítima mais frágil, geralmente indefesa, que é a mais fácil de seduzir, coagir, chantagear e dominar à força”.
“É importante esclarecer que nem todos os abusadores de crianças têm o distúrbio mental da pedofilia, que é a atração sexual preferencial ou exclusiva por crianças. A esmagadora maioria deles é apenas covarde e escolhe a vítima mais fácil de dominar, envolver ou ameaçar”.
“A culpa de um estupro é sempre do estuprador, sempre, única e exclusivamente, mas a conivência das mães faz o estrago ser muito maior. É notório que, quando as mães saem em defesa das filhas, o peso do trauma diminui de forma considerável. A criança sente que tem quem a proteja. E não há nada que justifique tolerar um estupro, ainda mais contra sua própria filha”.
“Mesmo nas condições mais adversas, uma mãe, quando quer, consegue mover montanhas para proteger a própria filha”.
“Quando vem à tona um estupro que acontece dentro de uma família, muitas outras relações desmoronam. Por isso, muitas pessoas que sofreram abuso, mesmo quando são maiores de idade, se calam, pois não querem ser responsáveis por transformar seu drama particular em um problema para todos que pertencem àquele núcleo. Aceitam o peso de carregar sozinhas o que sofreram por medo de desagregar os parentes e causar ainda mais sofrimento, e passam o resto da vida convivendo com seu estuprador nos almoços de domingo”.
“A vida pertence aos que se atrevem”.
“Familiares ou amigos que assumem uma posição de minimizar o ataque, duvidar da pessoa que sofreu o abuso ou jogar a culpa sobre ela aumentam os riscos de essa pessoa desenvolver sequelas psiquiátricas e mesmo físicas, já que essa postura crítica muitas vezes faz com que ela se recolha e não procure atendimento médico ou policial. Por outro lado, o suporte social é o que mais ameniza a dor de um estupro e reduz os riscos de estresse pós traumático”.
“A reação ruim dentro de muitos núcleos familiares é um reflexo do sentimento que circula na sociedade de um modo geral, que culpa a vítima e a encoraja a guardar segredo sobre o ocorrido”.
“Reagindo ou não, mães de crianças abusadas sexualmente são vítimas secundárias do estupro. Também sentem tristeza, vergonha, medo, preocupação, além de um profundo sentimento de impotência por não terem sido capazes de proteger as filhas. As que também foram abusadas na infância revivem o trauma quando descobrem que a história se repetiu com sua criança. Ao mesmo tempo, as mães são decisivas para o futuro da filha que sofreu esse tipo de violência. São basicamente elas que podem denunciar, que levam as filhas para o acompanhamento psicológico, que têm o poder de fazer com que elas se sintam acolhidas, porém, muitas vezes ocorre que elas próprias não foram acolhidas na sua dor e nos seus medos. Não há nenhum protocolo ou obrigatoriedade de atendimento psicológico ou social a essas mães, mas é evidente que essas são medidas extremamente necessárias, que precisam ser incluídas com urgência na nossa legislação”.
“Não sei se é justo cobrar de pessoas sem estrutura, inclusive emocional, que denunciem um crime, mas o que posso dizer é que muitas mães têm uma estrutura psicológica bem sólida e um senso gigante de proteção de suas crias. São mulheres que têm um relacionamento mais próximo com suas crianças e acreditam nas filhas desde o primeiro momento em que elas manifestam qualquer dor, problema ou desconforto. Essas, mesmo diante das maiores dificuldades, conseguem ser fortes e corajosas e não admitem a violência contra suas meninas. E isso faz toda a diferença”.
“É impressionante a capacidade do ser humano de terceirizar a própria maldade, de jogar a responsabilidade por seus atos em outros, nas circunstâncias, ou em qualquer outra coisa, para não assumir integralmente seu erro”.
“Em todas as casas em que entrar, fá-lo-ei apenas para benefício dos doentes, evitando todo o mal voluntário e a corrupção, especialmente a sedução das mulheres, dos homens, das crianças e dos servos”. - Hipócrates
“Muitas vezes, as salas das universidades representam um ambiente em que os homens não se constrangem, não disfarçam a postura de abuso, e também não se consideram criminosos, pois acham que esse tipo de comportamento faz parte do jogo. Mesmo outros professores que não agem dessa forma costumam proteger os colegas”.
“Nenhum projeto, entretanto, pode ser grande quando ignora uma única denúncia que seja contra a dignidade humana”.
“É de conhecimento público que ser puta não é crime, mas ser estuprador, sim”.
“A falta de sororidade causa um dano ainda maior àquelas que sofreram violência sexual e faz com que elas desconfiem de si mesmas e se sintam ainda mais desamparadas, já que recebem o ceticismo até mesmo de outras mulheres”.
“Quando os abusos acontecem, as universidades só costumam se pronunciar se a história ganha notoriedade. Sempre que podem, costumam abafar as denúncias para não abalar a própria reputação. E, ainda pior: costumam proteger aqueles a quem enxergam como garotos, e não como os criminosos que são, só por terem um ensino médio completo, algum status e mil possibilidades pela frente, as universidades agem como se não tivessem a obrigação de proteger o futuro de jovens mulheres que, elas sim, não fizeram mal a ninguém”.
“São os homens que têm de parar de propagar esse tipo de atitude, e não as mulheres que têm de evitar usar saias, calças jeans e decotes e sair apenas com roupas largas - como se isso adiantasse. Os homens é que precisam parar de assediar as mulheres. É preciso que eles se conscientizem a respeito da necessidade de uma total mudança de conduta social. Não podemos mais aceitar o machismo estrutural enraizado na cultura e considerar essas atitudes comuns. Esse não é um comportamento aceitável, normal e não pode mais ser tolerado”.
“Quando tem algo que precisamos falar, colocar para fora, e não conseguimos, aquilo nos machuca durante anos, nos cala, silencia, e não conseguimos mais fazer projetos, planos. O silêncio é a pior coisa nessa hora”.
“Usem a sua própria voz. A sua própria vontade. Tomem as rédeas de suas próprias vidas e abram a boca, não tenham vergonha! Eles é que precisam ter vergonha”.
“Seja qual for a crença, a dinâmica é sempre a mesma: o líder religioso se aproveita da sua posição de superioridade para cometer os abusos, e as vítimas ficam confusas e acabam se submetendo”.
“O pensamento de que um criminoso merece ser estuprado segue o mesmo raciocínio da indignação seletiva com o estupro, que varia de acordo com quem é a vítima, de forma que muita gente condena mulheres que bebem, usam roupa curta ou ficam sozinhas com um homem. O que tem que ser condenado é o crime e o criminoso, sempre, em qualquer circunstância”.
“Embora muitos estupradores sejam um reflexo da nossa cultura machista, a violência sexual é um fator que pode, sim, levar alguém a cometer o mesmo crime, seja pela revolta, por querer compensar o que sofreu ou, como se fosse possível, transferir para outra pessoa aquela dor. Ou então, porque vive em um ambiente em que os estupros são tão recorrentes, a vítima passa a entender de forma deturpada que aquilo faz parte da vida sexual de todos, ou que é algo pelo qual todos acabam passando. A pessoa violentada, muitas vezes, vê a repetição do crime que sofreu como um efeito colateral inevitável. Já os estupradores acreditam piamente que simplesmente acompanham uma cultura enraizada nas profundezas de sua criação e não se sentem tão culpados assim”.
“Há uma tendência a achar que a mulher tem que aceitar tudo, se sacrificar pela família, em nome do marido. Muitas vezes, aquele casamento dá um sentido para a vida delas. Às vezes, as mulheres também ficam nas relações mais abusivas e sem sentido por medo da solidão”.
“O sendo comum nos diz que todo crime tem que ser denunciado. Nosso sentido de justiça defende que estupradores têm que ir para a cadeia. Mas o maior obstáculo para isso nem sempre está na dificuldade de provar o crime, na inoperância da polícia ou na complacência do sistema judiciário - embora tudo isso aconteça. O impedimento maior para a punição dos estupradores está nas emoções das vítimas. Sufocadas pela vergonha, pela culpa e pelo nojo, a maioria decide nunca contar nada. Não é fraqueza, é autoproteção”.
“Abuso de álcool e drogas, depressão, agressividade e insônia são alguns dos desdobramentos que prolongam o sofrimento causado pelo estupro - e que podem perdurar por tempo indeterminado. Entretanto, essas reações variam de pessoa para pessoa, e sobreviver a um estupro pode ser, literalmente, sair com vida, mas é também conseguir escapar do massacre dos próprios sentimentos. Todas as vezes em que encontrei uma vítima desse crime que está com raiva ou revoltada pelo que sofreu, fiquei aliviada. Raiva é o único sentimento ruim que uma vítima de um crime hediondo deveria se permitir, e não a culpa e a vergonha por algo sobre o qual não tiveram controle, e de que foram vítimas”.
“Escolher ficar sozinha é uma decisão como outra qualquer e não há nada de errado nisso. A questão aqui é, mais uma vez, exatamente a ausência desse direito de escolha. Estamos falando de mulheres que foram tão feridas que sufocaram seus próprios desejos para criar uma armadura em torno de si mesmas. Elas perderam a coragem básica para aproveitar a vida, para se arriscar, e acham que estão se protegendo; porém, estão apenas acumulando mais mágoas”.
“É preciso perdoar, mas não dá para aceitar. E perdoar não é esquecer, não é deixar para lá. Não é fingir que não existiu nem se reconciliar com seu algoz. Cada um tem sua ideia do que é o perdão. Para mim é, basicamente, não ficar remoendo e estar sempre alerta para não deixar o que aconteceu intoxicar toda uma vida que ainda há pela frente”.
“A culpa é sempre, inteira, única e exclusiva do criminoso. Entretanto, ainda é forte na nossa sociedade a tendência a relativizar a culpa. No caso de estupro, o machismo se encarrega de pesar mais a mão contra as vítimas, e as redes sociais, nas quais tanto ódio é destilado todos os dias, ampliam essa crueldade”.
“A internet se tornou um lugar muito bom para abusar das vítimas, mas também é um bom lugar para fazer denúncias. Funciona para o bem e para o mal”.
“Seja com multa ou com prisão, ou ambas, todos podem ser responsabilizados pelo que postam em sites e redes sociais, e os policiais especializados no combate ao crime virtual conseguem chegar à maioria dos computadores de onde partem as agressões verbais e mentiras”.
“Assim como no mundo real, na internet, a liberdade de um cidadão acaba quando começa o direito do outro. A liberdade de expressão, tão preciosa para todos nós, não pode ser usada para violar os direitos de outras pessoas, incluindo aí o direito à dignidade e à integridade moral e psicológica”.
“É importante deixar claro que esses comentários em sites e redes sociais não são apenas agressões gratuitas vindas de pessoas que, na maioria das vezes, se protegem no anonimato que acreditam ter na internet. Nem são a expressão do pensamento de uma minoria. Eles são um reflexo dos pensamentos e crenças de grande parte da nossa sociedade, e especialmente quando as vítimas são mulheres, há uma tendência a apontar qual foi a culpa delas pela violência que sofreram”.
“Se a outra mulher, mesmo sendo vítima, for bonita, bem-sucedida, tiver uma liberdade que ela não tem, isso desperta inveja e aumenta a falta de empatia. Mas nem todas se sentem assim. Há muitas mulheres solidárias, e aí depende da qualidade da pessoa, de quem a pessoa é”.
“Não precisamos ficar presas a uma triste competição entre mulheres, que só prejudica a todas nós. Quando alguém culpa uma vítima, quando uma mulher deixa que o desejo de derrubar a outra se sobreponha à noção de justiça e à solidariedade humana, o problema não está na vítima, mas na índole daqueles que lhe dirigem seus julgamentos. Todas temos que nos policiar e, felizmente, sinto que cada vez mais mulheres estão acordando para isso. É um alento ver mulheres que se solidarizam com outras, mesmo com quem não têm nenhuma afinidade”.
“Nem sempre boas escolas e oportunidades significam boa educação”.
“Professores também deveriam fazer a diferença, assim como mães e pais. Nossas instituições, ou melhor, as pessoas que compõem nossas instituições, deveriam atuar pela liberdade, responsabilidade e segurança de todos, sejam homens ou mulheres”.
“O mundo de hoje tem pouca empatia com o sofrimento alheio em geral. As vítimas de estupro, entretanto, convivem com esse descaso e com essa crueldade desde sempre”.
“Controlar nossas vontades, especialmente as que causam danos aos outros, é um princípio básico da vida em sociedade”.
“Não se trata de falta de autocontrole, de princípios morais duvidosos e muito menos de doença. Estupradores agem assim ao sentir que podem, por considerar que não há nada de errado em seus atos. A percepção da aceitação dos outros, da própria aceitação e de que se pode escapar da culpa com esses pensamentos encoraja os abusos”.
“Todos nós estamos ligados aos valores de caráter que nossos pais ou cuidadores nos transmitem nos primeiros estágios da vida, até os sete anos de idade. As raízes estão aí. Depois que passamos dessa fase, dificilmente conseguimos construir uma moral. Mas, se recebermos uma estrutura moral forte na infância, iremos mantê-la por toda a vida, e os pontos mais importantes dessa estrutura são o respeito e a empatia pelo outro”.
“O homem que tem uma formação moral sólida pautada pelo respeito ao próximo e pelo respeito às mulheres como iguais poderá estar com uma mulher com roupas curtas e decotadas, ou até mesmo nua, ou bêbada, que nada acontecerá”.
“Instintos, todos nós temos, entretanto temos total capacidade de controla-los. Aliás, todos nós controlamos os nossos instintos, a todo momento, em todas as áreas da vida, para conseguir viver em sociedade. Alegar que apenas o instinto sexual masculino não pode ser controlado chega a ser uma ofensa aos homens e uma desculpa das mais esfarrapadas para a violência sexual”.
“Não podemos confundir as coisas. Maldade não é loucura. Os loucos mesmo, os doentes que sofrem de distúrbios mentais, em geral não fazem maldades, ou o fazem muito eventualmente e, na maior parte das vezes, de forma inconsciente”.
“O ‘não’ tem que ser respeitado a qualquer momento, em qualquer condição, mesmo que alguma intimidade consensual já tenha começado”.
“Mudar toda uma cultura tão arraigada é difícil, mas todos nós podemos começar a fazer a nossa parte tendo simplesmente mais empatia. Um passo importante é que aprendamos a acolher melhor quem sofreu abuso sexual. (...) Homens e mulheres sensíveis ao sofrimento alheio podem fazer muito, e podem fazer em qualquer área em que estejam”.
“Não se deixe definir pelo que você não tem culpa. A vida de todos nós é moldada pelo pacote das nossas experiências, e a pior de todas elas não deve nunca ser a mais importante”.
Texto e Imagem: Google
📚 Biblioteca Pessoal

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