Sapiens: uma breve história da humanidade

Título original: Sapiens: a brief history of humankind
Autor(a): Yuval Noah Harari
Ano da edição: 2020
Editora: Companhia das Letras
Gênero: História / Civilização
Catalogação: Origem e Evolução
Sinopse: O planeta Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Numa fração ínfima desse tempo, uma espécie entre incontáveis outras o dominou: nós, humanos. Somos os animais mais evoluídos e mais destrutivos que jamais viveram. "Sapiens" é a obra-prima de Yuval Noah Harari e o consagrou como um dos pensadores mais brilhantes da atualidade. Num feito surpreendente, que já fez deste livro um clássico contemporâneo, o historiador israelense aplica uma fascinante narrativa histórica a todas as instâncias do percurso humano sobre a Terra. Da Idade da Pedra ao Vale do Silício, temos aqui uma visão ampla e crítica da jornada em que deixamos de ser meros símios para nos tornarmos os governantes do mundo. Harari se vale de uma abordagem multidisciplinar que preenche as lacunas entre história, biologia, filosofia e economia, e, com uma perspectiva macro e micro, analisa não apenas os grandes acontecimentos, mas também as mudanças mais sutis notadas pelos indivíduos.

TRECHOS EXTRAÍDOS NA LEITURA DO LIVRO 

“Assim como os políticos humanos em campanha eleitoral circulam dando apertos de mão e beijando bebês, os aspirantes à posição de liderança num grupo de chimpanzés passam muito tempo dando abraços, batendo nas costas dos outros e beijando filhotes”. 

“Contar histórias eficazes não é fácil. A dificuldade está não reside propriamente em contá-las, mas em convencer todo mundo a acreditar nelas”. 

“Ao contrário da mentira, uma realidade imaginada é uma coisa em que todos acreditam e, enquanto essa crença coletiva persistir, a realidade imaginada exerce seu impacto no mundo”. 

“Entre todas as grandes criaturas do mundo, os únicos sobreviventes do dilúvio humano serão os próprios humanos e os animais domesticados que servem como escravos remando a Arca de Noé”. 

“Uma das poucas regras de ouro da história é que os luxos tendem a se transformar em necessidades, gerando novas obrigações. Uma vez que as pessoas se acostumam com determinado luxo, passam a toma-lo como algo certo e começam a contar com ele. Por fim, chegam ao ponto em que não podem viver sem ele”. 

“A história foi feita por pouquíssimas pessoas enquanto o resto da humanidade labutava nos campos e carregava baldes de água”. 

“’Cooperação’ soa muito altruísta, porém nem sempre é voluntária e raramente é igualitária. A maioria das redes de cooperação humana tem como objetivo a opressão e a exploração”. 

“Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre esses estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”. 

“A ideia de igualdade está ligada de maneira indissolúvel à ideia de criação. Os norte-americanos buscaram a ideia da igualdade do cristianismo, que sustenta que todas as pessoas têm uma alma criada por força divina e que todas as almas são iguais perante Deus”. 

“Sabemos que as pessoas não são iguais em termos biológicos! Mas se acreditarmos que somos todos iguais na essência, isso permitirá que criemos uma sociedade estável e próspera” 

“Acreditamos em determinada ordem não porque seja objetivamente verdadeira, e sim porque acreditar nela nos permite cooperar com eficiência e forjar uma sociedade melhor”. 

“De todas as atividades humanas coletivas, a mais difícil de organizar é a violência”. 

“A maior parte dos ocidentais hoje acredita no individualismo. Creem que todo ser humano é um indivíduo cujo valor não depende do que outras pessoas pensam dele ou dela. Cada um de nós tem dentro de si um raio de luz brilhante que confere valor e significado a nossas vidas”. 

“Entre negros e brancos há algumas diferenças biológicas objetivas, como cor da pele e tipo de cabelo, mas nenhuma evidência de que as diferenças se estendam à inteligência ou à integridade moral”. 

“Em vez de melhorar, a discriminação injusta muitas vezes se agrava com o tempo. Dinheiro leva a mais dinheiro, e pobreza, a mais pobreza. Educação leva a mais educação, e ignorância, a mais ignorância. Quem foi vitimado pela história costuma ser vitimado de novo. E quem a história privilegiou tem mais chance de voltar a ser privilegiado”. 

“A igualdade só pode ser assegurada se as liberdades dos privilegiados forem limitadas. Garantir que todos os indivíduos sejam livres para fazer o que bem quiserem inevitavelmente restringe a igualdade”. 

“Assim como quando duas notas musicais dissonantes tocadas juntas forçam uma música a avançar, pensamentos, ideias e valores discordantes nos fazem pensar, reavaliar e criticar. A consistência é o lugar das mentes sem-graça”. 

“Pessoas que não creem no mesmo deus nem obedecem ao mesmo rei ficam bastante contentes em usar o mesmo dinheiro”. 

“Uma economia de favores e obrigações não funciona quando um grande número de desconhecidos tenta cooperar. Uma coisa é ajudar de graça uma irmã ou um vizinho, outra bem diferente é cuidar pessoas de fora que talvez nunca retribuam o favor”. 

“A confiança é a matéria-prima com a qual todos os tipos de dinheiro são cunhados”. 

“Enquanto a religião exige que acreditemos em alguma coisa, o dinheiro exige que acreditemos que outras pessoas acreditem em alguma coisa”. 

“O dinheiro é o único sistema de confiança criado por humanos capaz de superar praticamente qualquer abismo cultural, além de não discriminar religião, gênero, raça, idade ou orientação sexual. Graças ao dinheiro, até pessoas que não se conhecem podem cooperar de maneira eficiente”. 

“Quando tudo é conversível, e quando a confiança depende de moedas e búzios anônimos, as tradições locais, as relações íntimas e os valores humanos são corroídos e substituídos pelas leis frias da oferta e da demanda”. 

“Um império que não consegue sofrer um choque e continuar de pé não é de fato um império”. 

“A vida é uma maratona que não leva a lugar nenhum”. 

“As pessoas sonham durante anos em encontrar o amor, porém é raro ficarem felizes ao encontrá-lo. Alguns se tornam ansiosos com a possibilidade de que o parceiro vá embora; outros sentem que se satisfizeram com pouco e talvez pudessem encontrar alguém melhor. E todos conhecemos quem sinta as duas coisas”. 

“Se você experimentar a tristeza sem desejar que esse sentimento vá embora, continuará triste, mas não sofrerá por isso. Na verdade, pode haver algo positivo na tristeza. Caso você sinta alegria sem desejar que ela dura por mais tempo ou se intensifique, então continuará se sentindo contente sem perder a paz de espírito”. 

“O sofrimento nasce do desejo; o único modo de se libertar totalmente do sofrimento é se libertando do desejo; e o único modo de se libertar do desejo é treinar a mente para viver a realidade como ela é”. 

“Se a mente das pessoas estiver livre de qualquer desejo, nenhum deus pode torná-las infelizes. Por outro lado, uma vez despertado o desejo na mente de uma pessoa, nem todos os deuses do universo poderão impedi-la de sofrer”. 

“Como a evolução, a história não se importa com a felicidade de organismos individuais. E, por sua vez, os indivíduos humanos são em geral ignorantes e fracos demais para influenciar o curso da história em benefício próprio”. 

“As coisas que achamos que sabemos podem se comprovar erradas à medida que adquirimos mais conhecimento. Nenhum conceito, ideia ou teoria é sagrado ou não pode ser contestado”. 

“Nossas mentes mais brilhantes não estão desperdiçando seu tempo tentando dar sentido à morte. Em vez disso, estão ocupadas investigando os sistemas fisiológico, hormonal e genético responsáveis pelas doenças e pelo envelhecimento. Estão desenvolvendo novos remédios, tratamentos revolucionários e órgãos artificiais que prolongarão nossas vidas e podem algum dia derrotar o próprio Anjo da Morte”. 

“Quando o crescimento se transforma num bem supremo, ilimitado por qualquer consideração ética, pode facilmente conduzir à catástrofe”. 

“Tratar criaturas vivas que possuem mundos emocionais complexos como se fossem máquinas provavelmente lhes causa não apenas desconforto físico, mas também muita tensão social e frustração psicológica”. 

“Ao usar seu poder para contrariar as forças da natureza e subjugar o ecossistema para satisfazer suas necessidades e caprichos, os humanos podem multiplicar efeitos colaterais perigosos e imprevistos. Estes efeitos provavelmente só serão controláveis por meio de manipulações cada vez mais drásticas do ecossistema, resultando num caos ainda maior”. 

“A verdadeira paz não significa a mera ausência de guerra: reside na implausibilidade de uma guerra. Nunca houve uma paz verdadeira no mundo”. 

“Estar satisfeito com o que já se tem é muito mais importante do que obter mais daquilo que se deseja”. 

“A felicidade não é o saldo positivo da comparação entre momentos agradáveis e desagradáveis. Pelo contrário, a felicidade consiste em ver sua vida por inteiro como algo significativo e válido”. 

“Se você tem por que viver, pode aguentar quase qualquer como. Uma vida significativa pode ser extremamente gratificante satisfatória mesmo em meio a adversidades, enquanto uma vida sem sentido é uma provação terrível por mais confortável que seja”. 

“Talvez, a felicidade consista em cada um sincronizar suas ilusões pessoais sobre o significado da vida com as ilusões coletivas prevalecentes. Desde que minha narrativa pessoal esteja alinhada com as narrativas de quem me cerca, posso me convencer de que minha vida tem sentido - e encontrar felicidade nessa convicção”. 

“A raiz do sofrimento não reside na sensação de dor nem de tristeza ou na falta de sentido. Pelo contrário, a verdadeira raiz do sofrimento está nessa procura interminável e inútil de sensações efêmeras, que nos leva a um estado permanente de tensão, ansiedade e descontentamento. Devido a essa busca, a mente nunca está satisfeita. Mesmo ao sentir prazer, não fica contente porque teme que a sensação pode desaparecer de imediato, quando anseia que ela permaneça e se intensifique. As pessoas se libertam do sofrimento não ao sentir este ou aquele prazer transitório, mas ao compreender a natureza impermanente de todas as suas sensações e ao deixar de desejá-las”.

Texto e Imagem: Google

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