Título original: Textos para acalmar tempestades
Autor(a): Fabíola Simões
Ano da edição: 2021
Editora: Faro Editorial
Gênero: Crônicas Brasileiras
Catalogação: Crônicas Brasileiras
Sinopse: "E de repente, num dia qualquer, acordamos e percebemos que já podemos lidar com aquilo que julgávamos maior que nós mesmos. Não foram os abismos que diminuíram, mas nós que crescemos...". "Textos para acalmar tempestades" é um livro sobre busca, encontro, perda e renascimento. Recorrendo a citações de grandes nomes da literatura mundial, Fabíola Simões propõe uma jornada de autoconhecimento e aprofundamento no mistério da própria vida, em textos e poemas leves e, ao mesmo tempo, profundos. Partindo de máximas ou trechos de autores como Charles Dickens, Clarice Lispector, Joseph Campbell, Hermann Hesse, Isabel Allende... a autora constrói uma narrativa sensível e dinâmica, que tem conquistado milhares de leitores.
TRECHOS EXTRAÍDOS NA LEITURA DO LIVRO
“É preciso coragem para ir ao encontro do próprio silêncio, do próprio mistério, do próprio enigma. É preciso estar disposto a deparar-se com a própria face incompreensível, aquela que anda de mãos dadas com o incompreensível do mundo”.
“Haverá sempre um dia. Um dia decisivo no meio de tantos outros, mas ainda assim, só mais um dia. Só teremos a noção de que esse dia foi importante muito depois, quando olharmos para trás e percebermos o quanto ele nos transformou”.
“Cada próximo passo da sua vida vai exigir um novo você. E algumas vezes precisamos ser quebrados para nos tornarmos uma nova versão de nós mesmos”.
“Não acredito que as pessoas estejam buscando pelo sentido da vida, tanto quanto pela experiência de se sentirem vivas” - Joseph Campbell
“A experiência da dor também ensina e nos aproxima de nós mesmos. E ser nós mesmos nem sempre é continuar na mesma estrada que estávamos seguindo. Muitas vezes descobrimos que é preciso mudar de rota, desacelerar o passo, explorar outras paisagens, mergulhar no desconhecido e ousar enfrentar o que mais nos amedronta”.
“Às vezes você precisa ser quebrado para se tornar uma versão melhor de si mesmo. Às vezes você precisa sangrar e ficar à flor da pele para conseguir se resgatar por trás das máscaras e proteções, dos condicionamentos e das projeções. Às vezes, é preciso um novo você para que a vida volte a pulsar”.
“Tudo passa. O que permanece é aquilo que conseguimos ressignificar a partir da experiência do amor, da dor, da perda, do arrebatamento, do enfrentamento. E é esse novo sentido que irá nos curar e enriquecer nossa experiência de estar vivos, permanecendo para sempre conosco como um lembrete de que nossa alma foi tocada”.
“A vida é gangorra: num dia você chora arrasada por falta de colos, no outro você sorri sozinha transbordando amor”.
“Há caminhos que nos machucam e caminhos que nos salvam. Há caminhos que nos confundem e caminhos que nos dão a certeza de que estamos na jornada certa. Há caminhos que nos fazem morrer lentamente, mas nem sempre conseguimos parar e dar marcha a ré, porque nos fundimos ao chão da estrada que pisamos e não temos mais ideia de quem somos, e nem de que há outras opções de trilhas. Porém, recuar e tentar o desconhecido não significa desistir, e sim dar uma nova chance aos nossos pés”.
“Todo dia é uma tentativa. Estamos buscando, caindo e arriscando, num empenho absurdo de dar conta de tudo; de sair ilesos da descrença e da desilusão, driblando os momentos de solidão que nos assolam mesmo quando estamos acompanhados; de levantar após uma queda; de continuar acreditando na delicadeza das coisas; de abraçar a existência com seus finais e recomeços cíclicos”.
“É preciso entender que a vida não é linear. Ela se altera, e o que existe hoje não resistirá da mesma forma amanhã, e a inadequação do momento presente pode ser o triunfo lá na frente”.
“Que eu tenha honestidade com todos, mas, acima de tudo, que eu seja honesta comigo mesma. Que eu não busque a perfeição nem crie personagens de mim mesma, pois o projeto de agradar a todos me rouba de mim, mas que eu faça as pazes com o silêncio que me habita e assusta. Sou tecida de opostos, ambivalências, contrastes e conflitos; e mesmo o que é desagradável em mim deve ser respeitado. Que eu seja camarada com minha solidão, pois é a minha parceira mais fiel, e que minha coragem não solte minha mão quando as perdas esmagarem meus passos”.
“Que eu descubra minha verdade mais honesta, aquela que me escapa e se esconde até mesmo de mim, aquela que me diz coisas quando cessa o barulho do mundo, aquela que está no fundo dos olhos castanhos que diariamente me encaram no espelho. Que eu descubra e não traia essa verdade pela culpa ou pelo medo de ser feliz”.
“Que eu desista de ser fiel à ferida, e saiba reconhecer quando a dor estiver querendo me enfeitiçar. Que as inquietações deem lugar ao descanso da alma e que, depois de arder, eu encontre repouso e abrigo. Que eu consiga abandonar o que machuca, e salve a mim mesma reverenciando o que satisfaz meu equilíbrio”.
“Somos a única presença que não nos deixará até a morte”. - Clarice Lispector
“Que eu não apenas tolere minha companhia, mas seja minha melhor parceria. Que eu saiba enxugar meu pranto, e não me coloque em situações que destruam meu encanto. Que eu aprenda a me poupar, a me defender, a me escutar e a me compreender. Que eu aprenda a ficar só, e suporte o peso da minha solidão e do meu silêncio. Que eu pare de mentir a mim mesma, e comece a ouvir os ensinamentos que meu sangue murmura em mim…”.
“É impressionante a quantidade de coisas que se organizam dentro da gente quando decidimos silenciar. É no silêncio que o entendimento acontece, que deixamos de querer controlar tudo, que aceitamos que a vida tem seu próprio roteiro e não dá para querer contar a história exatamente como a gente planejou. É no silêncio que a gente entende que só o tempo vai nos dizer o que fazer, que nem toda ação merece uma reação, e que toda insistência leva embora a nossa paz”.
“Algumas distâncias são necessárias. Nos permitem redimensionar a importância de alguém, nos dão entendimento sobre nosso valor ou insignificância, nos ajudam a valorizar o encontro, nos trazem paz quando a interação é conflituosa. No distanciamento muita coisa é resolvida sem precisar ser dita, e permanece o que tem que permanecer”.
“Todos os dias, você terá que escolher de que forma irá habitar-se, para o bem ou para o mal. Porque a gente escolhe fazer-se muito mal também. E o pior é que nem nos damos conta disso, acostumados que estamos em não nos enxergarmos ou ouvirmos no meio de tanto barulho que há lá fora. Então imaginamos que o que não vai bem é a rua, o fulano que não vai com a nossa cara, a esposa que ronca, o marido que não colabora…mas no fundo somos nós. Nós, que nos afastamos da verdade, e preferimos nos refugiar numa vida inventada que justifique nossas mazelas”.
“Se posso dar-lhe um conselho, escolha fazer-se bem. É importante também que saiba escolher suas batalhas. Que não perca tempo com expectativas irreais, aquelas que não levam a lugar algum. Nem imagine que seu jeito de ser e viver é o certo para todos. É o certo para você, claro, mas não julgue nem discrimine quem reconhecer outras formas de construir uma vida. Você descobrirá que nessa selva existem leões e cordeiros, bichos preguiça e guepardos, e não cabe a você querer que todos sejam leões, só porque você escolheu ser um. Depositamos muito da gente nos outros. E muito dos outros é depositado na gente. Desejamos que o outro seja como nós mesmos seríamos no lugar dele, mas quem sabe o que vai dentro do coração alheio?”.
“Uma das lições mais difíceis de se aprender nessa jornada é a questão da aceitação. A gente traça um roteiro próprio, estabelece metas, acrescenta vontades, junta uma grande dose de sentimentos e espera que tudo corra conforme o combinado. Criamos expectativas em cima de pessoas tão diferentes de nós. (...) De repente você percebe que está numa batalha que nem escolheu estar, tentando se defender de quem julga conhece-lo melhor que você. Portanto, mesmo que discorde ou acredite conhecer aqueles que ama, entenda que jamais o saberá por completo, pois cada um carrega muito mais bagagem do que supomos desvendar”.
“Lembre-se que a vida não é e.x.a.t.a.m.e.n.t.e. como a gente quer. E por mais que seja tentador ditar as regras, não temos controle sobre tudo. Então escolha somente fazer-se bem, principalmente quando tudo parecer errado, confuso ou ruim do lado de fora. Mais importante que o enredo, o que vale é como você se portou dentro da história que contou”.
“Tem vida que a gente escolhe, e tem vida que escolhe a gente”.
“De vez em quando é necessário deixar nossos rumos ao sabor do vento. Estar preparados, sim; reconhecer as dádivas, também. Mas como os ‘lírios do campo’, entender que na maioria das vezes, a vida não dança ao sabor único de nossas intenções, e desejar não é o bastante para que a vida que escolhemos escolha a gente também”.
“Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo, para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão”. - Carl Jung
“Que eu possa silenciar de vez em quando e perder o juízo invariavelmente… Acima de tudo, peço que não me idealize, pois terei que ser perfeita para você, e o medo de te decepcionar me afastará de mim…”.
“A batalha mais difícil é aquela entre o que você sabe na sua mente e o que você sente no seu coração. Exigir que um milagre aconteça, que faça você apagar um sentimento que transborda em sua alma, ou contar com uma benção que faça você esquecer alguém, não funciona. Porque esquecer, esquecer mesmo, só acontece se a gente bater a cabeça e tiver amnésia”.
“Não há saídas mágicas, nem ônibus mágicos, que abreviem o tempo que uma lembrança irá morar em você”.
“Viver dói. Lidar com a ruptura de vínculos que desejávamos que não se rompessem, dói. Arcar com a falta de respostas, com a incapacidade de controlar tudo, dói. Aceitar a imperfeição da vida e suas impossibilidades, dói. Lidar com a falta de sentido e ausência de respostas mágicas, dói. Viver desejando esquecimentos instantâneos que nos permitam seguir em frente, calibrando aquilo que decidimos na mente, mas que ainda não sentimos no coração, não existe… e também dói. Esquecer não funciona. Fugir não funciona. O que funciona é tentar alinhar o coração com aquilo que você já sabe na mente”.
“A gente gosta de se torturar demais. E o pior é que nem se dá conta disso, acostumados que estamos em resultados rápidos, curas instantâneas e remédios milagrosos que aliviem a dor. Esquecemos que a mente tem um tempo de recuperação diferente do coração; que o aprendizado e a evolução às vezes necessitam de longos invernos da alma; e que alguns ciclos custam mais para ser encerrados do que outros. Então não se cobre tanto, e respeite sua necessidade de tentar mais um pouco se isso te trouxer paz”.
“Em vez de lamentar aquilo que não pode mudar, entenda que essa foi a possibilidade de você se transformar. Em vez de acreditar que perdeu, seja grato por aquilo que aprendeu”.
“Conexões de pele são passageiras. Conexões de alma duram a vida inteira”.
“Amores não vividos sempre carregarão a perpétua fantasia de que seriam perfeitos”.
“Relações que nos desafiam são mais enriquecedoras. Relações que refletem exatamente um espelho de quem somos, são empobrecedoras”.
“Se estivermos abertos o bastante para aceitar as diferenças como aprendizados e não afrontas, enriqueceremos como pessoas”.
“Quando desejo que o outro seja exatamente como sou, que aja precisamente como eu agiria se estivesse no lugar dele, que cumpra minhas expectativas e meus anseios da forma como imagino, que diga o que espero ouvir, que tenha atitudes semelhantes às minhas, que seja tão entusiasmado quanto eu por aquilo que me interessa, que tenha gostos semelhantes aos meus, que vibre com a mesma intensidade que eu, que se cale nos momentos que eu imagino como certos, que se comporte segundo os meus critérios, que se limite naquilo que eu acho justo que ele se contenha, que cumpra exatamente o meu script… quando desejo isso, estou empobrecendo a relação e, mais ainda, estou esgotando minhas possibilidades de evoluir e crescer como pessoa”.
“Precisamos de provocações. De sermos desafiados a encarar a vida com novo olhar; de sermos encorajados a tirar as lentes com que percebemos o mundo para enxergar outras possibilidades e maneiras de conduzir a existência. Precisamos começar a aceitar a singularidade do outro, entendendo que há outras formas de analisar, sentir e reagir a uma situação, e não somente a forma como aprendemos, e que, por isso, julgamos como certa. Precisamos estar bem confortáveis com a liberdade do outro, sem que isso seja apontado como uma afronta a nós mesmos”.
“Precisamos começar a rever nossas crenças - muitas vezes limitantes - e abrir-nos sem preconceitos ou resistências à maneira como o outro experimenta e vive a vida. É preciso aprender a lidar bem com as diferenças, sem querer moldar o outro à nossa imagem e semelhança. Que as diferenças sejam motivos de celebração, e não de frustração ou decepção”.
“A paixão é um equívoco. Pois a paixão é uma projeção. Projetamos no outro nossos aspectos (nossas neuroses, nossas formas de nos relacionar, nossas experiências e vivências, nossos traumas) ou projetamos aquilo que desejamos que o outro seja para nós. Porém, na maioria das vezes, estamos completamente enganados a respeito do outro”.
“A vida não está aí para ser evitada ou lamentada, mas para ser vivida com coragem e espírito aberto, não deixando que nossas crenças nos limitem, mas que tenhamos uma alma jovem o bastante para ser considerada sempre no processo e nunca pronta”.
“Viver é correr riscos. Amar é se proteger dos estilhaços. Viver é sentir dor, desamparo, solidão, insegurança - desejo também”.
“Desejo e amor nem sempre caminham juntos. O amor nos protege do desejo. O desejo aguça os sentidos, afasta a lucidez, desarma as defesas. O amor consola, dá colo, protege. O início é sempre desejo. Mas o tempo diminui o compasso, tranquiliza as batidas, protege da dor. O amor chega para acalmar a pele que transpira, o coração que acelera, a mente que inventa. (...) O amor traz segurança. A segurança trai o desejo. O desejo é companheiro da dúvida, do não saber, do querer o que não se tem. (...) O amor é parceiro da felicidade, mas o desejo é o fogo do maçarico que flamba a vida”.
“Não nasci para amor morno. Ou congela ou pega fogo”.
“O amor mingua por falta de cuidado. Carece que lhe dê sustento para que não morra de fome de afeto. Não se sacia de gestos contidos e economia de palavras, mas transborda quando sobra coragem, intensidade, desejo e vontade. Sem culpa, sem medo, sem vergonha e sem juízo”.
“Se é para ser um ‘tanto faz’ na vida de alguém, melhor não ser nada. Amor tipo ‘tanto faz’ não se move, não se desacomoda, não deseja nem busca respostas. Amor tipo ‘tanto faz’ é indiferente, morno, monossilábico. Só corresponde quando convém, só aparece pra te fazer de refém”.
“Que a gente aprenda a aceitar o que aquece a alma e recusar o que congela o coração. Que não nos falte café nem amor, mas que sejam quentes, por favor”.
“Se você quiser proteger seu coração, vai evitar muita dor. Mas também vai viver uma vida pela metade”.
“É vital proteger o próprio coração, mas não podemos passar uma vida inteira fugindo dos estilhaços que podem nos atingir quando experimentamos viver um grande amor”.
“Às vezes é preciso perder o equilíbrio por amor. A vida nos provoca o tempo todo, e em alguns momentos ela nos desafia a sair de nossa zona de conforto, ficar à flor da pele, e sermos corajosos o bastante para deixar sangrar um pouco mais o nosso coração. Tentar, arriscar e perceber que fomos modificados para sempre é algo que pode até nos deixar em pedaços, mas também nos mostra que fomos fortes o bastante para arder, brilhar, estilhaçar… e atravessar”.
“Viver uma vida pela metade, nos blindando da dor, é uma opção. Mas não sei se nos torna pessoas mais felizes. Fugir da intensidade, agindo de forma distante e fria, nos protege da ferida. Mas o risco… ah, o risco nos aproxima da experiência de estarmos vivos, e mesmo que nos corte ao meio, nos ensina que somos capazes de nos erguer de novo. E, com sorte, de amarmos melhor”.
“A melhor maneira segurar alguém é soltar essa pessoa”.
“São poucos os que têm o coração bastante firme para amar sem receber alguma coisa em troca”. - Jane Austen
“Aprender a amar de forma desapegada é uma maneira de amadurecer, de descobrir a própria individualidade, de rever as questões mais profundas do passado e dar novo significado ao medo do abandono e da solidão”.
“Nem sempre nos relacionamos com o outro, e sim com projeções de nós mesmos. E exigimos que o outro faça o que nós mesmos faríamos no lugar dele. Porém, não é assim que funciona. E, se queremos amadurecer realmente, vamos ter que entender que precisamos aprender a lidar e aceitar as diferenças, sem tentar mudar ninguém, sem tentar transformar ninguém em um reflexo nosso”.
“Escolher o mesmo amor todos os dias é um milagre. Porque todo afeto é feito de pessoas. E pessoas são incompletas e imperfeitas (o amor também)”.
“Não importa de que matéria é feito seu amor. Você nunca poderá controlar ou evitar que algumas lascas ou rachaduras aconteçam durante o percurso. E quando isso ocorrer, você terá duas opções: partir ou permanecer”.
“Você me chama de linda e eu esqueço a dúvida, o medo, o preço. Você insiste em me querer mesmo quando eu não mereço, e o que mais gosto em você é essa teimosia em não desistir de mim”.
“Lealdade é não precisar solicitar conexão. É conectar-se sem demora, reservas ou desconfianças. É compartilhar a senha da própria vida, com tudo de bom e ruim que lhe coube até aqui. Leal é quem conhece as fraquezas, os reveses, os tombos e as dificuldades do outro e não usa isso como álibi na hora da desavença; ao contrário, suporta sua imperfeição e o ajuda a se levantar. Leal é quem o defende na sua ausência. É quem prepara seu terreno, se preocupa com sua dor, antecipa a cura. Leal é aquele que é fiel por opção, atento ao amor que possui, zeloso com o próprio coração. É quem não omite o próprio descontentamento, mas aponta o que pode ser feito pra não se perder…”.
“Algumas histórias nascem para ensinar algo, não para dar certo”.
“Amar muito uma pessoa não significa que você ama a relação que tem com ela”.
“Há um tempo para cada coisa embaixo do sol. Ir embora antes de o coração aceitar o que a razão já decidiu não alivia as coisas, só piora. Então respeite seu compasso, a maturação da sua decisão, o seu ritmo. Se você acredita que ainda há uma razão para permanecer, respeite. Não adianta fugir, se entregar a outros corpos, pegar um avião e mudar de país. A cura vem quando o coração entende o que já foi decidido na mente”.
“A ausência, a impermanência e o desejo insatisfeito têm mais poder que as palavras. Essas coisas nunca morrem, ainda que a gente morra”.
“No final das contas, a gente cai, levanta, se esfola e cresce. Mas acima de tudo, sai mais vivo”.
“Algumas histórias nascem para ser curtas, mas isso não diminui a beleza nem a importância. Insistir em vírgula quando o ponto final é a única ferramenta possível para fazer a história resistir como uma lembrança inesquecível, é tornar aquilo que poderia ser marcante em algo maçante, que se prolonga além do necessário”.
“Pontos-finais também são atos de amor. Partir antes do fim também é uma forma de eternizar o que foi vivido. É doloroso, mas insistir em parágrafos somente pela necessidade de chegar à última página transforma o amor bonito em ruínas. Às vezes, é preciso finalizar antes da última palavra”.
“Eu não fui embora porque/ eu deixei de te amar/ eu fui embora porque quanto mais/ eu ficava menos eu me amava.” - Rupi Kaur
“Algumas vezes você vai amar e descobrir que o amor dói. E você vai continuar não porque quer ser machucada pelo amor, mas porque ainda não chegou o tempo de se despedir da dor (e do amor)”.
“Não tenha medo de sangrar se isso vai trazer à tona um eu que é mais você do que aquele que te encara no espelho todos os dias”.
“Chegar ao fundo do poço, embora extremamente doloroso, é chegar ao terreno da semeadura”. - Clarissa Pinkola Estés
“Às vezes, o amor machuca, mas ele não deixa de ser amor por isso”.
“No meio do inverno aprendi, finalmente, que havia dentro de mim um verão invencível”. - Albert Camus
“O que tem de ser tem muita força, tem uma força enorme”. - João Guimarães Rosa
“Deixe ir. O amor não acontece por insistência”.
“O vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir”. - Clarice Lispector
“Manter uma pessoa ao nosso lado por insistência não é digno. Deixe ir. Não insista. Se tiver que retornar para você, não foi porque você insistiu ou prendeu, e sim porque você deixou livre e desejou o melhor para a pessoa que se foi”.
“O desejo surge da falta, e não da insistência”.
“Confie no tempo, confie nas linhas tortas que levam ao destino certo, confie nos rumos que o Universo arranja para as coisas acontecerem. O que tem que ser, tem muita força”.
“Nos consideramos importantes demais. E perceber que alguém com quem construímos vínculos consegue seguir a vida tranquilamente sem a nossa companhia pode machucar. (...) Porém, a vida não é uma corrida pra ver quem vira a página com mais facilidade, ou consegue encontrar graça no dia a dia sem a companhia do outro”.
“A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmos, a vaidade com o que desejamos que os outros pensem de nós”. - Jane Austen
“Proteja-se a ponto de não permitir que pisem em você, mas não deixe que o orgulho te impeça de se arriscar e viver as coisas boas da vida. Viver carregando a eterna dúvida do ‘e se…’ nos adoece e rouba nossa liberdade. E talvez um dia, tarde demais, possamos perceber que um ‘não’ seria o pior que nos ocorreria, mas o ‘sim’ teria mudado nossa vida”.
“Toque seu barco sem perder a fé em si mesmo e, quando a maré subir demais, apenas não desista. Um dia de cada vez, sem pressa, sem necessidade de mostrar ao mundo que superou. Apenas não desista…”.
“O amor não causa medo. O que causa medo é amar e ter o coração despedaçado. A gente vai se tornando expert em matéria de não se apegar, não se envolver, não demonstrar. A gente finge que não se importa, emudece quando quer gritar, foge quando quer se entregar. A gente fere pra não ser ferido, e abandona para não ser abandonado”.
“Ninguém coloca a mão na mesma brasa duas vezes, ou arrisca levar um choque no mesmo lugar em que já se feriu. Aos poucos, a gente aprende como deve agir para proteger o próprio coração. A gente silencia quando entende que nenhuma palavra dita fará diferença, e aprende a ser cada vez mais sucinto nas mensagens quando percebe que quanto mais caracteres, menos entendimento há”.
“Por mais tranquilos que nos julguemos quando amamos, o amor está sempre em equilíbrio instável dentro do nosso coração”. - Marcel Proust
“O amor não pode ser um jogo de poder, e para amar nunca foram necessárias trincheiras ou munições”.
“Tive tanto medo de te perder que acabei desejando me livrar do medo, me livrando de você”.
“Alguns amores não cicatrizam. A relação durou pouco, não teve tanta importância ou profundidade, a pessoa com quem você se relacionou seguiu a vida dela... mas você não consegue se desapegar, não consegue deixar pra trás, não consegue se desconectar. Você olha para os fatos, para todas as situações vividas, e simplesmente não compreende o porquê daquela história - justamente aquela história - significar tanto”.
“Talvez devêssemos olhar mais para nós mesmos e para nossa história. Entender e lidar com nossas memórias mais significativas, dolorosas ou difíceis de encarar para então ressignificar o sofrimento pela perda de um amor. Nem sempre choramos pelo fim da relação, e sim por partes de nós mesmos que foram acessadas e agora precisam ser curadas”.
“Alguns amores nos transpassam, e revelam algo em nós que nem mesmo nós sabíamos. Depois de experimentarmos esse tipo de amor, nunca mais voltamos a ser os mesmos. Não há como voltar; nem se arrepender. Só há que se agradecer, e tocar a vida pra frente, entendendo que mesmo que tenham durado pouco - ou menos do que gostaríamos - foram necessários para crescermos”.
“Falta também é presença, e ocupa um espaço enorme dentro da gente. Em nossas vidas não vividas somos sempre muito mais felizes e realizados que na vida real, palpável e possível, pois projetamos demais”.
“A gente exige demais da vida. Projeta demais, espera demais, cria expectativas demais. Mas a vida é imperfeita. As pessoas são imperfeitas. A realidade é imperfeita. E isso tem que bastar. Isso tem que ser suficiente, pois, do contrário, viveremos sempre de buscas e nunca seremos gratos por completar a travessia”.
“A dor pela perda de alguém por quem nos apaixonamos é a dor pela perda daquilo que queríamos ter vivido e do que imaginamos ter perdido: nossas ilusões, nossos sonhos, nosso encantamento, nossa vida que, na nossa projeção, seria perfeita”.
“Algumas faltas, alguns silêncios e algumas ausências fazem mais barulho dentro da gente do que aquilo que é vivido, resolvido e experimentado. O que não se tem - e que justamente por isso imaginamos com perfeição - ganha maior notoriedade que aquilo que conquistamos e experimentamos”.
“A gente precisa aprender a viver sem exigir demais, sem criar muitas expectativas, sem buscar na insatisfação algo que preencha nossa vida e aumente nosso vazio. A simples possibilidade de nos encantar, não exigindo nada além do encantamento, do brilho no olhar e do coração aos pulos deveria nos bastar. Isso por si só já é tão bonito, tão poderoso e nos faz tão verdadeiramente humanos, que já deveria valer e contar. Sem expectativas. Sem exigências. Sem projeções”.
“Que permaneçam as coisas boas que foram possíveis extrair da vida e do amor. Que a lembrança das borboletas no estômago e do brilho no olhar aqueçam nossas noites de saudades e nos lembrem de que, mesmo não durando, algumas histórias jamais serão esquecidas ou terão sido em vão. E que essas lembranças nos ajudem a ir mais longe e a cuidar mais de nós mesmos, nos levando a entender que tudo valeu, mesmo aquilo que não permaneceu”.
“Às vezes, é preferível ter um sofrimento total, com uma boa dose de tristeza e luto, do que ficar preso a uma dor a conta-gotas, que não nos liberta para seguir em frente”.
“Certas revoluções na alma são necessárias pra gente se fortalecer”.
“A gente se cobra demais. Cobra a cura do amor e a capacidade de esquecer a pessoa num passe de mágica. Acontece que a gente supera, vira a página, segue o baile, enterra bem fundo aquele amor, mas esquecer… esquecer é muito forte. Esquecer é apagar uma parte de nós mesmos e de nossa história”.
“Saudade é sentimento que a gente cultiva com o regador para preservar o cheiro de terra encharcada”. - Bartolomeu Campos de Queirós
“Negar o sofrimento é deixar de reconhecer a felicidade, e vice-versa. Experimentar a vida aceitando a tristeza como parte da alegria nos ajuda a superar a angústia frente à imperfeição da existência e das pessoas, levando-nos a crer que não é preciso esquecer para amadurecer, e que certas revoluções na alma são necessárias pra gente se fortalecer”.
“Não permita que te coloquem num lugar menor do que aquele em que você cabe. Você é enorme: enorme em valor, beleza, dignidade, amor, coragem e importância. Você merece o mundo e não as migalhas de alguém que se tornou grande aos seus olhos, mas na verdade não passa de uma pessoa comum, que pelo simples fato de não te desejar na mesma medida, se agigantou na sua ilusão. Acorde! Viva! Seja feliz se amando em primeiro lugar! Você merece”.
“E, de repente, num dia qualquer, acordamos e percebemos que já podemos lidar com aquilo que julgávamos maior que nós mesmos. Não foram os abismos que diminuíram, mas nós que crescemos...”.
“Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor-próprio e de felicidade ao redor do teu coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão”. - Lewis Carrol
“Quando uma pessoa aprende a dizer ‘não’ para o que a diminui, ela aprende a dizer ‘sim’ para si mesma”.
“Não se pode amar o outro mais do que a si mesmo, se doar além de seus limites. Pois a dívida que você adquire consigo mesmo é alta demais, e gerará ressentimentos que nunca mais serão esquecidos”.
“De vez em quando não seremos amados como gostaríamos, e está tudo bem. Não precisamos fazer esforços sobre-humanos para sermos amados. O efeito é sempre contrário. Quem se exige além da conta para servir ao outro só recebe em troca desvalorização. Pois a pessoa que recebe perceberá que você se desvaloriza em primeiro lugar para servi-la, e assim ela também te desvalorizará na mesma medida”.
“A pessoa que aprende a dizer ‘não’ para tudo aquilo que a diminui, aprende a dizer ‘sim’ para si mesma e, mais importante, ensina ao mundo como deseja ser tratada. Quem se desvaloriza para agradar e ultrapassa os próprios limites para ser aceita, está mostrando ao mundo que pode ser tratada de qualquer jeito”.
“A pessoa que é certa do seu valor não se sujeita a tudo, não se oprime para conseguir algo, não se diminui para caber no espaço reduzido que alguém destina a ela. A pessoa que tem convicção de seu valor não precisa cobrar atenção, pois só permanece onde existe reciprocidade. Não aceita ser conveniência, e sim prioridade. Não se contenta com o ‘tanto faz’, e dá um basta em tudo aquilo que tira a sua paz”.
“Crie uma couraça de amor-próprio e de felicidade ao seu redor, e não exija de si mesmo além da conta para ser amado. Não ultrapasse os seus próprios limites para ser aceito. Ser rejeitado não é a pior das sensações, acontece com todo mundo uma vez ou outra na vida, e está tudo bem. Pior que a sensação de ser rejeitado é se perder pelo desejo de agradar”.
“Autoestima não significa que eles vão gostar de mim, e sim que tudo bem se eles não gostarem”.
“A verdade, o que realmente importa mora dentro de mim, longe do binóculo alheio. O resto é cena, ego, poeira.” - Gabito Nunes
“A perfeição é uma armadilha. Porque ao me exigir perfeição, me cobro além da conta, além do que é possível e humano, e acabo abrindo mão do que é do meu feitio e da minha vontade para cumprir um protocolo impossível, que fatalmente terá falhas, e me mostrará que tenho limites. E talvez tarde demais eu descubra que a perfeição me roubou de mim”.
“Silenciei meu espírito e pedi um favor ao tempo: me cure, me restaure, me aponte caminhos. Me ensine a ressignificar você”.
“Perdoe-se, se pegue no colo, acolha suas falhas e respeite seus momentos de insanidade e inadequação. Assuma seus desejos, mesmo que isso desagrade alguns. (...) Assuma sua vida, seus caminhos e, finalmente, aprenda a se acolher com compaixão, abraçando-se com aceitação e perdão”.
“Sumir nem sempre é estratégia. Sumir também é autopreservação”.
“Nem sempre o amor é um terreno de paz e sintonia. Muitas vezes é um campo minado de dor e desentendimento, e mesmo havendo afeto, em algum momento necessita de trégua - silencio, recolhimento e distanciamento - para então se tornar lugar de acolhimento”.
“Algumas coisas são muito nossas. Incomunicáveis. E estar em paz com esse emaranhado de nós também é equilíbrio. Pausas são necessárias. Silêncio e recolhimento também. Não se culpe por buscar a paz que você necessita para se ter de volta. Você importa”.
“Não sei se quero nós dois novamente, ou se me apeguei à ideia de que amo continuar amando você”.
“Às vezes é preciso machucar um pouco mais nosso coração, deixar rolar um tanto mais nosso pranto, doer um pouco mais nosso corpo e silenciar mais a nossa mente para enfim voltarmos à superfície. Cada um tem seu tempo e seus processos, mas a cura sempre chega num momento ou outro”.
“Entre a ruptura e o reencontro, busque o silêncio. O silêncio que não pune, mas cura. O silêncio que não joga, mas nos permite redimensionar os fatos. O silêncio que não é estratégia, mas nos preserva e resguarda o outro de nossas emoções impulsivas e negativas. O silêncio que não quer mandar recados, mas dizer ao nosso ouvido aquilo que precisamos aprender. O silêncio que não tem a intenção de torturar ninguém, mas de nos ajudar a decidir os rumos de nosso coração”.
“Ter responsabilidade afetiva com você mesmo é não se submeter de forma oprimida ao desejo do outro, tornando-se refém do que essa pessoa faz ou deixa de fazer, condicionando sua alegria ou tristeza à aproximação ou afastamento desse alguém. É dar um basta às relações que te afastam do seu bem-estar e te tornam uma pessoa pior do que você realmente é”.
“Uma pessoa pode controlar ou dominar outra não somente através de cobrança, mas da ausência também. Ou através de comportamentos que intercalam presença e ausência. Isso é uma forma de dominação. Isso é uma forma de ferir a liberdade do outro”.
“Só é dominado - de que forma for - quem permite. Só fica vulnerável aos desejos do outro quem abre mão de si mesmo. Só é aprisionado quem não se protege. Só é machucado repetidas vezes quem não tem responsabilidade afetiva consigo mesmo”.
“Tenha responsabilidade afetiva com você. Conheça-se a ponto de abrir mão daquilo que tira sua paz, seu equilíbrio, seu amor-próprio. Preserve-se daquilo que te dá alguns minutos de satisfação e muitas noites encharcando o travesseiro de lágrimas. Descubra o que você pode ou não suportar em nome de um grande amor e se proteja daquilo que te fere”.
“Só você pode saber de si mesmo. Não se faça de desentendido quando no fundo você sabe que está sendo permissivo demais. Não finja pra si mesmo que está tudo sob controle quando no seu íntimo você percebe claramente que está se machucando de novo. Não ignore sua intuição dizendo para você recuar. Não perca seu equilíbrio tentando entender o incompreensível. Não se faça em pedaços para manter o outro inteiro”.
“Muitas coisas que vivemos e atraímos são situações colocadas em nosso caminho para nos aprimorar e fortalecer. Que a gente possa amadurecer com sabedoria, insistindo naquilo que nos salva e recusando o que desagasta a alma”.
“Quando a gente se esvazia demais corre o risco de se preencher com aquilo que é supérfluo”.
“A vida é o que acontece dentro da gente”.
“Para viajar, basta existir. A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos”. - Fernando Pessoa
“Só se encanta quem está vulnerável a se maravilhar. Só aprende quem deseja se aprimorar. Só se aprofunda quem não tem medo de mergulhar. Só conquista algo novo quem tem coragem de se arriscar. Só se apaixona quem deixa a espontaneidade aflorar. Só enxerga possibilidades quem baixa a guarda e deixa a alma voar”.
“Uma pessoa precisa viajar. Pelo menos uma vez na vida, deve partir pelo mundo ou para dentro de si. Só assim saberá sobre voos e retornos, saudades e encontros, sol queimando a pele e pés descalços sentindo o chão, finais e recomeços, eternidades que moram em instantes”.
“Enquanto não aprendemos a desatar os nós que ficaram lá atrás, iremos repeti-los, incontáveis vezes, até que aprendamos a lidar com eles”.
“Fazer o caminho de volta é ser capaz de olhar para a própria história de outra forma, mais amadurecida e consciente, e conseguir transformar os antigos nós em novos laços. Enquanto não aprendermos a reagir de forma mais amorosa conosco mesmos, iremos continuar repetindo padrões e culpando a vida pela repetição”.
“Vida é prova. E as questões são específicas para seu aprimoramento. Suas dores e decepções, seus reveses, desvios e sustos fazem parte do pacote. Errar faz parte; deixar em branco anula quem você pode vir a ser…”.
“As pessoas pensam que a morte é o único momento em que precisamos estar fortes para abandonar nossa ‘casca’, nosso casulo, e voar. Não é. Durante a vida, morremos várias vezes, e temos que estar preparados para o voo...”.
“Ser feliz talvez fosse isto: realizar-se dentro do possível, comemorar cada degrau subido, e perdoar o que não foi vivido”.
“A vida não era o roteiro que havia programado, rascunhado e passado a limpo. A vida era, principalmente, o que ficava fora da linha, além dos parágrafos, entre vírgulas e reticências. Era o que acontecia no susto, na surpresa, naquilo que a deixava indefesa. Era o que ficava por dizer, o que a surpreendia distraída, o que embaçava seu olhar e permanecia nas entrelinhas do dia a dia”.
Texto e Imagem: Google
📚 Biblioteca Pessoal

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