Preconceito e assédio: faces de uma sociedade doente



As discussões sobre preconceito são constantes, principalmente nas redes sociais, onde os debates ganham força a cada acontecimento, que é diário, seja aqui no Brasil, seja no mundo inteiro. Diversos são os tipos de preconceitos, de raça, de cor, de gênero, de classe social, de religião e cada dia surge uma nova modalidade, porque a intolerância de toda ordem tem sido uma constante no mundo. 
Mas poucas pessoas sabem ou se atentam ao preconceito linguístico, aquele que surge quando se diminui as pessoas pelo modo de falar - de forma errada, segundo a norma culta padrão, ou pelo sotaque regional, traço cultural de uma comunidade. Sim, ele existe e muito. E ele segrega tal qual os demais preconceitos. Basta prestar atenção nas inúmeras piadas sobre o mineirês, sotaque dos mineiros, cheio de palavras diferentes; ou mesmo em artistas imitando a fala dos nordestinos, caipiras, asiáticos, etc. É preconceito linguístico, é não entender que a diversidade de uma língua é traço cultural de um povo, do seu país, do seu estado e que deve ser respeitado. 
Outro assunto que tem ganhado mais força nos debates é o assédio, que acontece principalmente em relação às mulheres e, se pensarmos com um pouco mais de cuidado, observaremos que ele está diretamente atrelado ao preconceito, àquela ideia de que mulher é um objeto sexual e isso dá o "direito" de assediá-la ou de importuná-la de forma vexatória, humilhante e muitas vezes ameaçadora. Porque sim, em alguns ambientes, como o local de trabalho, o assédio não vem sozinho: ele vem acompanhado do abuso moral, da ameaça e opressão constantes de perda do emprego, de difamação, de delação e isso cria uma situação triplamente traumática e sufocante às vítimas. E, gente, infelizmente, local de trabalho é um ambiente onde isso acontece com muita frequência, e pouca gente dá atenção, exatamente porque as pessoas se calam, pela necessidade financeira que o trabalho supre, e daí, suportam em silêncio, pelo medo de serem demitidas, serem caluniadas e até mesmo acusadas de provocar a situação, já que na maioria das vezes o a dominação e julgamentos masculino têm mais peso e falam mais alto. No entanto, é preciso continuar gritando, berrando muito até, para tentar combater essa prática de alguma forma, porque mulher nenhuma merece viver tal tortura física e psicológica!  
Texto e Imagem: Léia Silva / Fundo: Canva

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