A coexistência da mídia digital na escrita


Com a tecnologia cada dia mais avançada, principalmente nos meios de comunicação, é normal que passemos mais tempo interagindo com as pessoas através de um aparelho eletrônico, seja um celular, smartphonetablet ou computador, do que propriamente em conversas pessoais. Sendo assim, apesar de algumas outras opções, como áudios e vídeos, a escrita e a leitura de mensagens de textos ainda é a maior forma de comunicação entre as pessoas.

Além disso, inúmeras formas de mídias, impressas ou digitais, se valem da linguagem escrita no mundo inteiro, até porque um texto escrito, historicamente falando, é um bem recuperável, enquanto que a oralidade muitas vezes se perde no tempo e pode ainda ser adulterada e extinta. Basta lembrar que a escrita, seja ela através de figuras rupestres, ideogramas, símbolos, pergaminhos, escrituras inteiras e tantos fragmentos de textos, ainda são encontrados e preservados até hoje, o que, sem dúvida, demonstra a grande importância da arte de escrever, da descoberta da escrita e da sua perpetuação como representação de uma linguagem universal.

Claro que no mundo atual, globalizado, surgiram diversas formas de escrita e de comunicação, como os emojis, emoticons, caracteres invisíveis, textos não verbais, gifs, etc, mas a escrita em letra e linguagem permanece intocável e sustentável. Afinal, usamos a escrita o tempo todo, seja na nossa vida pessoal (nas interações em redes sociais, telefonia), seja nas relações profissionais (na troca de emails, mensagens, cartas, contratos), seja na nossa vida escolar (desde o letramento até e além da universidade). Sim, ela está lá, sempre presente.

E é através dela que os sites, blogs, fan-pages, redes sociais, youtubers, influencers e uma imensurável gama de profissionais, empresas, pessoas físicas, figuras públicas, e quase todo ser humano, se comunica com o mundo inteiro! Mas... Nem sempre da forma, digamos, mais apresentável, pois, infelizmente nos deparamos com diversos textos nesses meios e relações carregados de erros de ortografia, lexical, gramatical, sem pontuação, incoerentes e muitas vezes textos confusos, truncados, desorganizados e sem a menor coesão. E isso, apesar de não definir ninguém, acaba se tornando um ponto negativo, tanto em caráter pessoal como profissional, porque gera críticas e julgamentos, mesmo que velados, principalmente quando se trata de empresas ou prestadores de serviços que “vendem” seu trabalho ou produto através das mídias digitais.

Infelizmente é muito comum nos depararmos com a escrita incorreta em documentos oficiais, emails empresariais, sites institucionais, mas, sem dúvida, é na rede social que os erros aparecem com uma freqüência surreal, mesmo nos perfis institucionais, de empresas e profissionais liberais, de todo e qualquer segmento. Professores e profissionais de Letras e áreas afins, inclusive.

Mas um fato que ninguém percebe é que, não devemos nos ater tão somente à algumas palavras erradas ou frases incoerentes, mas à associação negativa que se faz à empresa e/ou ao profissional que escreve errado, um atrelamento à marca, um julgamento crítico do erro de português (ou qualquer idioma) à qualidade do serviço ou produto. Isso é mais grave, porque, infelizmente, acontece, pois é a reputação da empresa ou do prestador que está representada ali naquela forma de escrever, correta ou incorretamente.

Por isso a importância de se escrever bem, sem confiar apenas nos corretores dos aplicativos e sistemas digitais. E escrever bem, é um trabalho que não é tão simples como parece. Um bom redator e um bom escritor, além do conhecimento e da prática de leitura, que é comum a esses profissionais, se preocupam sempre com as formas de linguagem, com o contexto, os gêneros textuais, os objetivos de cada cliente, o foco do negócio, o público-alvo, o perfil dos consumidores. Não é simplesmente escrever um monte de palavras e pronto. É escrever com consciência e responsabilidade lingüística para alcançar os objetivos pessoais ou profissionais e, além disso, promover a satisfação do público ou cliente que se quer conquistar ou fidelizar.

Escrever bem e corretamente não é se agarrar à norma culta padrão como única opção de linguagem, mas saber que cada segmento, cada serviço, cada público, cada perfil exige e requer uma forma de comunicação adequada. E qualquer redator, escritor ou revisor, sabe que, por mais informal e mais descontraído que seja um texto, ele pode ser rico e agradável de ler, correto, com a linguagem própria ao contexto, à instituição e a cada cliente ou consumidor. E mais que isso, ele sabe que faz toda a diferença no mercado, porque a escrita, sem dúvida, é um dos maiores patrimônios sustentáveis da humanidade, desde os primórdios até os dias atuais! Um tratado define relações diplomáticas, um currículo leva ao mercado de trabalho, um contrato compra um lar, uma carta ameniza saudade, um livro traz conhecimento, um poema descreve o amor... Ou seja, a escrita é essencial, porque ela é capaz de abrir, mas de também fechar, portas e muitas oportunidades de se obter sucesso, excelência e boas relações em todos os campos da vida. E a mídia digital, ainda que esteja na era da tecnologia ultra-moderna, coexiste pela escrita, que lhe confere a possibilidade de transformar o virtual no real e se tornar inapagável.
Texto: Léia Silva / Imagem: Google

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