Autor(a): Allan Kardec
Ano da edição: 2007
Editora: IDE
Gênero: Mensagens Espíritas
Catalogação: Espiritismo
TRECHOS EXTRAÍDOS NA LEITURA DO LIVRO
“Por grande, bela e justa que seja uma idéia, é impossível que ela reúna, desde o princípio, todas as opiniões. Os conflitos que dela resultam são a conseqüência inevitável do movimento que se opera; são mesmo necessários para melhor fazer ressaltar a verdade, e é útil que eles ocorram no princípio para que as idéias falsas sejam mais prontamente desgastadas”.
“A opinião universal, eis, pois, o juiz supremo, aquele que pronuncia em última instância; ela se forma de todas as opiniões individuais; se uma delas é verdadeira, não tem senão seu peso relativo na balança; se é falsa, não pode se impor sobre todas as outras. Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, e está aí um novo revés para o orgulho humano”.
“O verdadeiro sábio, pois, deve, de alguma sorte, isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do espírito. É isso o que ensina o Espiritismo”.
“Não é preciso retribuir injustiça por injustiça, nem fazer mal a ninguém, qualquer seja o mal que se nos tenha feito. Poucas pessoas, entretanto, admitirão este princípio, e as que estão divididas não devem senão se desprezar umas às outras”.
“É pelos frutos que se reconhece a árvore. É preciso qualificar cada ação segundo o que ela produz: chamá-la má quando dela provém o mal, boa quando dela nasce o bem”.
“A riqueza é um grande perigo. Todo homem que ama a riqueza, não ama nem a si, nem o que está em si, mas a uma coisa que lhe é ainda mais estranha do que aquela que está em si”.
“A virtude não se pode ensinar; ela vem por um dom de Deus àqueles que a possuem”.
“Todos os homens, sendo filhos de Deus, são, sem distinção, o objeto da mesma solicitude”.
“A Ciência e a Religião são as duas alavancadas da inteligência humana; uma revela as leis do mundo material e a outra as leis do mundo moral”.
“Deus não é parcial para com nenhum de seus filhos; ele dá a todos os mesmos direitos e as mesmas facilidades atingi-los; faz que todos partam do mesmo ponto e não dota a ninguém mais do que aos outros; as primeiras posições são acessíveis a todos: cabe-lhes conquistá-las pelo trabalho, alcançá-las o mais cedo possível, ou arrastar-se durante séculos e séculos nas classes baixas da Humanidade”.
“O progresso é uma das leis da Natureza; todos os seres da Criação, animados e inanimados, a ele estão submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que parece, para aos homens o termo das coisas, não é senão um meio atingir, pela transformação, um estado mais perfeito, porque tudo morre para renascer, e coisa alguma se torna em nada”.
“O estudante não alcança os graus da ciência senão depois de ter percorrido a série de classes que a ela conduz. Essas classes, qualquer que seja o trabalho que exijam, são um meio de atingir o fim, e não uma punição. O estudante laborioso abrevia a caminhada, e nela encontra menos espinhos; ocorre de outro modo para aquele cuja a negligência e preguiça obrigam a recomeçar certas classes. Não é o trabalho da classe que é uma punição, mas a obrigação de recomeçar o mesmo trabalho”.
“O homem é, assim, num grande número de casos, o artífice dos seus próprios infortúnios; mas, ao invés de o reconhecer, ele acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a chance desfavorável, sua má estrela, enquanto que sua má estrela está na sua incúria”.
“A felicidade é uma utopia, na busca da qual as gerações se lançam sucessivamente sem poder jamais alcançá-la; porque se o homem sábio é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz nele se encontra menos”.
“O poder de Deus brilha nas pequenas como nas grandes coisas; ele não coloca a luz sob o alqueire, uma vez que a derrama por toda a parte; cegos, pois aqueles que não a veem. Deus não quer lhes abrir os olhos à força, uma vez que lhes apraz tê-los fechados”.
“Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que ele quer que dela useis para o bem de todos; porque é uma missão que vos dá, colocando em vossas mãos o instrumento com a ajuda do qual podeis desenvolver, a vosso turno, as inteligências retardatárias e as conduzir a Deus”.
“O homem abusa da inteligência como de todas as outras faculdades e, entretanto, não lhe faltam lições para adverti-lo de que uma poderosa mão pode lhe retirar o que ela mesma lhe deu”.
“A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade e exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho; por isso, Jesus toma a infância por emblema dessa pureza, como a tomou para o da humildade”.
“A verdadeira pureza não está somente nos atos, mas também no pensamento, porque aquele que tem o coração puro não pensa mesmo no mal; foi isso que Jesus quis dizer: ele condena o pecado, mesmo em pensamento, porque ele é um sinal de impureza”.
“Não é que entra na boca que enlameia o homem, mas o que sai da boca do homem. O que sai da boca parte do coração, e é o que torna o homem impuro; porque é do coração que partem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias e as maledicências; estão aí as coisas que tornam o homem impuro; mas comer sem ter lavado as mãos não é o que torna o homem impuro”.
“A objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo; aquela sobre a qual se crê poder apoiar para fazer o mal, ou é falsa ou falseada em seu princípio. Tal é o resultado de todas aquelas em que a forma se impõe sobre o fundo. A crença na eficácia dos sinais exteriores é nula, se não que se cometam homicídios, adultérios, espoliações, calúnias e de fazer mal ao próximo, em que quer que seja. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem. Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso antes de tudo ter a pureza do coração”.
“Deixai vir a mim as criancinhas, porque eu possuo o leite que fortifica os fracos. Deixai vir a mim aqueles que, tímidos e débeis, têm necessitada de apoio e de consolação. Deixai vir a mim os ignorantes ara que os esclareça, deixai vir a mim todos aqueles que sofrem, a multidão dos aflitos e dos infelizes; ensinar-lhe-eis o grande remédio para abrandar os males da vida, lhes darei o segredo da cura de suas feridas”!
“Se tendes o amor, tendes tudo o que se pode desejar sobre a Terra, possuireis a pérola por excelência, que nem os acontecimentos, nem as maldades daqueles que vos odeiam e perseguem poderão arrebatar”.
“O olho aberto está sempre pronto a fazer a alma falir; o olho fechado, ao contrário está sempre pronto a fazê-la alçar para Deus. Crede-me bem, meus bons e caros amigos, a cegueira dos olhos é, frequentemente, a verdadeira luz do coração, enquanto que a vista é, frequentemente, o anjo tenebroso que conduz à morte”.
“Quando a lei de amor e de caridade for a lei da Humanidade, não haverá mais egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão mais explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal será o estado da Terra, quando, segundo a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela tornar-se um mundo feliz, pela expulsão dos maus”.
“O mundo está cheio dessas pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são brandas, contanto que nada as machuque, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua, dourada quando falam face a face, se transmuda em dardo envenenado, quando estão por detrás”.
“Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, nunca se contradiz: é o mesmo diante do mundo e na intimidade; ele sabe, aliás, que se pode enganar os homens, pelas aparências, não pode enganar a Deus”.
“As bênçãos são muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado quando se olha para o alto, do que quando se curva a fronte para o chão”.
“A obediência é o consentimento da razão, a resignação é o consentimento do coração; ambas são forças ativas porque carregam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair. O frouxo não pode ser resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes”.
“Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes de ver o que está em nós”.
“Se o orgulho é o pai de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes”.
“Aquele que estiver sem pecado, lhe tire a primeira pedra’, disse Jesus. Esta máxima nos faz da indulgência um dever, porque não há ninguém que dela não tenha necessidade para si mesmo. Ela nos ensina que não devemos julgar os outros severamente do que julgaríamos a nós mesmos, nem condenar em outrem o que desculpamos em nós. Antes de censurar uma falta de alguém, vejamos se a mesma reprovação não pode recair sobre nós”.
“Feliz, pois, aquele que pode cada noite adormecer dizendo: Nada tenho contra o meu próximo”.
“O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade que consistem em não ver, senão superficialmente, os defeitos que outrem por se interessar em fazer valer o que há neles de bom e virtuoso; porque se o coração humano é um abismo de corrupção, existe sempre em algumas de suas dobras mais ocultas o germe de alguns bons sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual”.
“É impossível amar realmente a Deus sem praticar a caridade, da qual fez ele uma lei para todas as criaturas”.
“Amar o próximo como a si mesmo: fazer para os outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”.
“A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo; quando os homens as tomarem por normas de sua conduta e por base de suas instituições, compreenderão a verdadeira fraternidade e farão reinar, entre eles, a paz e a justiça; não haverá mais nem ódios nem dissensões, mas união, concórdia e benevolência mútua”.
“’Dai a César o que é de César’. (...) Esse princípio é uma consequência daquele que manda agir para com os outros como quereríamos que os outros agissem para conosco; ele condena todo prejuízo material e moral acarretado a outrem, toda violação dos seus interesses; prescreve o respeito dos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeite os seus; estende-se ao cumprimento dos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, assim como para os indivíduos”.
“Feliz aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo; seus pés não leves, e vive como que transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou esta palavra divina - amor -, ela fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo”.
“Amar, no sentido profundo da palavra, é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que se quereria para si mesmo; é procurar ao redor de si o sentido íntimo de todas as dores que oprimem vossos irmãos, para abrandá-las; é encarar a grande família humana como a sua, porque essa família, vós a encontrareis, em um certo período, em mundos mais avançados”.
“É preciso mais coragem para vencer a si mesmo do que para vencer os outros”.
“Se a caridade reinasse na Terra, o mau não teria mais predominância; fugiria envergonhado, se esconderia, porque se encontraria deslocado por toda parte. Então, o mal desapareceria”.
“O egoísmo é a negação da caridade; ora, sem a caridade não haverá tranquilidade na sociedade; digo mais, nem segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, haverá sempre um caminho para o mais sagaz, uma luta de interesses, onde são pisoteadas as mais santas afeições, onde os laços sagrados da família não são mesmo respeitados”.
“A caridade sublime, ensinada por Jesus, consiste também na benevolência concedida sempre, e em todas as coisas, ao vosso próximo. Podeis ainda exercitar essa sublime virtude sobre muitos seres que não precisam de esmolas, e que palavras de amor, de consolação e de encorajamento conduzirão ao Senhor”.
“Dizendo para apresentar uma face quando a outra foi batida, é dizer, sob outra forma, que não é preciso retribuir o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que tende a rebaixar-lhe o orgulho; que é mais glorioso para si ser ferido do que ferir, suportar pacientemente uma injustiça, do que ele próprio cometer uma; que vale mais ser enganado do que enganador, ser arruinado do que arruinar os outros”.
“Dirigi vossos olhares para a frente; quanto mais vos eleveis pelo pensamento, acima da vida material, menos sereis magoados pelas coisas da Terra”.
“Não vos esqueçais, meus caros filhos, que o amor nos aproxima de Deus, e que o ódio nos afasta dele”.
“Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma viagem que deve conduzi-lo a um objetivo, faz pouco caso das asperezas do caminho e não se deixa jamais desviar um instante do caminho reto”.
“Enquanto uma gota de sangue humano correr sobre a Terra pela mão dos homens, o verdadeiro reino de Deus não terá ainda chegado, este reino de pacificação e de amor que deve banir para todo o sempre do vosso globo a animosidade, a discórdia e a guerra”.
“O Cristo não vos disse que há mais de honra e de coragem r em apresentar a face esquerda àquele que feriu a direita, do que se vingar uma injúria? O Cristo não disse a Pedro, no Jardim das Oliveiras: ‘Tornai a pôr vossa espada na bainha, porque aquele que matar pela espada perecerá pela espada?”.
“Não basta interditar o mal e prescrever o bem, é preciso que o princípio do bem e o horror ao mal estejam no coração do homem”.
“Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam”.
“Aquele que estima a aprovação dos homens mais do que a de Deus, prova que tem mais fé nos homens do que em Deus, e que a vida presente é mais para ele, do que a vida futura”.
“A verdadeira caridade pensa nos outros antes de pensar em si”.
“Aqueles cuja intenção é pura de toda idéia pessoal, devem se consolar de sua impossibilidade em fazer tanto bem quanto gostariam, pelo pensamento de que o óbolo do pobre, que dá se privando, pesa mais na balança de Deus do que o ouro do rico, que dá sem se privar de nada”.
“Desejo que compreendas bem o que pode ser a caridade moral, a que cada um pode praticar, a que nada custa materialmente, e, entretanto, a que é mais difícil de se pôr em prática”.
“Chamo-me caridade e sou a rota principal que conduz a Deus; segui-me, porque sou o objetivo a que todos deveis visar”.
“No coração dos infelizes, o amor segue de bem perto o ódio”.
“A piedade é a melancólica mas celeste precursora da caridade, essa primeira virtude, da qual é irmã e cujos benefícios prepara e enobrece”.
“Aquele que procura na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no céu; mas Deus terá em conta aquele que não a procura na Terra”.
“Deus permite que sejais pagos, por vezes, com a ingratidão, para experimentar a vossa perseverança em fazer o bem”.
“O verdadeiro cristão não vê senão irmãos nos semelhantes, e antes de socorrer aquele que está na necessidade, não consulta nem sua crença, nem sua opinião”.
“Honrar a seu pai e a sua mãe, não é somente respeitá-los: é assisti-lo na necessidade, proporcionar-lhes o repouso na velhice, cercá-los de solicitude como fizeram por nós em nossa infância”.
“Deus não faz a prova acima das forças daquele que a pede; não permite senão aquelas que podem ser cumpridas; se não se triunfa, não é, pois, a possibilidade que falta, mas a vontade, porque quantos há que em lugar de resistir aos maus arrastamentos, neles se comprazem”.
“Jesus coloca o Samaritano, considerado herético, mas que tem o amor ao próximo, acima do ortodoxo, que falta com a caridade. Jesus não fez, pois, da caridade, somente uma das condições de salvação, mas a única condição; se houvesse outras a serem preenchidas, ele as teria mencionado. Se coloca a caridade no primeiro plano das virtudes, é porque ela encerra, implicitamente, todas as outras: a humanidade, a doçura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc.; e porque é a negação absoluta do orgulho e do egoísmo”.
“Amareis o Senhor vosso Deus de todo vosso coração, de toda a vossa alma e de todo espírito. Eis aí o maior e o primeiro mandamento. Eis o segundo, que é semelhante a este: Amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos”. - São Mateus, cap. XXII, v. de 34-40
“A caridade é paciente; é doce e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária e precipitada; não se enche de orgulho; não é desdenhosa; não procura seus próprios interesses; não se melindra e não se irrita com nada; não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.
“Ainda quando eu tivesse a linguagem dos anjos; quando eu tivesse o dom da profecia, e penetrasse todos os mistérios; quando eu tivesse toda fé possível, até transportar as montanhas, se não tivesse caridade, eu nada seria. Entre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade”.
“A caridade está ao alcance de todo o mundo, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre, e porque independe de toda crença popular”.
“A máxima: Fora da caridade não há salvação é a consagração do princípio da igualdade diante de Deus e da liberdade de consciência; com esta máxima por regra, todos os homens são irmãos, e, qualquer que seja a sua maneira de adorar a Deus, eles se estendem as mãos e oram uns pelos outros”.
“Não basta uma virtude negativa, é preciso uma virtude ativa; para fazer o bem é preciso sempre a ação da vontade; para não fazer o mal basta, frequentemente, a inércia e a negligência”.
“Porquanto dar-se-á a todos aqueles que já têm, e eles serão cumulados de bens; mas, para aquele que não tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça”. - São Mateus, cap. XXV, v. de 14-30
“A riqueza da inteligência deve te servir como a do ouro; espalha ao redor de ti os tesouros da instrução; espalha sobre os teus irmãos os tesouros do teu amor, e eles frutificarão”.
“Quanto mais se conhece por si mesmo as dores ocultas da miséria, mais se deve procurar aliviá-las nos outros”.
“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Se interroga a consciência sobre seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou essa lei; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele; enfim, se fez a outrem tudo o que quereria que se fizesse para com ele”.
“O homem possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça”.
“O homem de bem, enfim, respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza, como gostaria que os seus fossem respeitados”.
“O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo; termina no limite que não gostaríeis de ver ultrapassando em relação a vós mesmos”.
“Mais vale menos virtude com a modéstia do que muitas com o orgulho. Foi pelo orgulho que as humanidades sucessivas se perderam, e é pela humildade que elas um dia deverão redimir-se”.
“Ninguém pode, pois, dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova quando isso lhe convém, e a retira da mesma forma”.
“As palavras de Jesus são eternas, porque são a verdade. Elas são não somente a salvaguarda da vida celeste, mas a garantia de paz, da tranquilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre; por isso, todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas que se apoiarem sobre as tuas palavras, serão estáveis como a cada construída sobre a pedra; os homens as conservarão porque nelas encontrarão a sua felicidade; mas aqueles que as violarem, serão como a casa construída sobre a areia: o vento das revoluções e o rio do progresso as carregarão”.
“Porque todo aquele que já tem se lhe dará ainda, e estará na abundância; mas para aquele que não tem, se lhe tirará mesmo o que tem”. - São Mateus, cap. XIII, v. 10-14
“As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, numa palavra, que se encontra entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas; os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas, são outras tantas montanhas que barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos, nas pequenas como nas grandes coisas; a que é vacilante dá a incerteza, a hesitação de que aproveitam aqueles que se quer combater; ela não procura os meios de vencer, porque não crê poder vencer”.
“A calma na luta é sempre um sinal de força e de confianças; a violência, ao contrário, é uma prova de fraqueza e de dúvida de si mesmo”.
“O que é verdadeiro na obscuridade, o é igualmente em plena luz. Cada religião pretende estar na posse exclusiva da verdade; preconizar a fé cega sobre um ponto de crença, é confessar impotência em demonstrar que se tem razão”.
“Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade”.
“A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa; não deve se entorpecer. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, deve velar atentamente pelo desenvolvimento das filhas que dela nascem. A esperança e a caridade são consequências da fé; essas três virtudes são uma trindade inseparável”.
“Que a vossa fé seja mais forte do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, porque a fé que não afronta o ridículo dos homens, não é a verdadeira fé”.
“O homem deve herdar do homem, e seus trabalhos, e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade”.
“É preciso regar com os vossos suores o terreno que deveis semear, porque ele não frutificará e não produzirá senão sob os esforços reiterados da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!”.
“A fé é a virtude que ergue as montanhas, vos disse Jesus; todavia, mais pesados do que as mais pesadas montanhas, jazem no coração dos homens a impureza e todos os vícios da impureza”.
“Deus quer o triunfo da sua lei; aqueles que seguem suas leis são seus eleitos, e ele lhes dará a vitória, mas esmagará aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela um meio para satisfazer sua vaidade e sua ambição”.
“A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz bons frutos não é má; porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, e não se cortam cachos de uva de sobre as sarças. O homem de bem tira as boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o mau tira as más do mau tesouro do seu coração, porque a boca fala do que está cheio o coração”. - São Lucas, cap. VI, v. 43-45
“Os que preferem a obscuridade à luz são os únicos interessados em combate-la; mas a verdade é como o Sol: dissipa os mais densos nevoeiros”.
“Desconfiai das palavras hipócritas, desconfiai dos escribas e dos fariseus que oram nas praças públicas, vestidos de longas roupas. Desconfiai daqueles que pretendem ter o único monopólio da verdade!”.
“Cada criatura leva na fronte, mas nos seus atos sobretudo, o cunho de sua grandeza ou da sua decadência”.
“Como em todas as coisas, o mestre deve saber mais do que o aprendiz; parta fazer avançar a Humanidade moral e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e moralidade”.
“O verdadeiro missionário de Deus deve justificar a sua missão pela superioridade, por suas virtudes, por sua grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras”.
“Os verdadeiros profetas se revelam por seus atos: são adivinhados; enquanto que os falsos profetas se colocam, eles mesmo, como os enviados de Deus; o primeiro é humilde e modesto; o segundo é orgulhoso e cheio de si mesmo; fala alto e, como todos os mentirosos, parece sempre temer não ser acreditado”.
“Os falsos profetas não estão somente entre os encarnados; estão também, e em maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, sob falsa aparência de amor e de caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade”.
“Os verdadeiros laços de afeição são os do Espírito e não os do corpo; que esses laços não se rompem, nem pela separação, nem mesmo pela morte do corpo; que eles se fortalecem na vida espiritual pela depuração do Espírito: verdade consoladora que dá uma grande força para suportar as vicissitudes da vida”.
“O interesse é tenaz; não cede jamais à evidência; se irrita tanto mais, quanto os raciocínios que se lhe opõem são mais peremptórios e lhe demonstram melhor seu erro; ele bem sabe que está em erro, mas isso não lhe toca, porque a verdadeira fé não está em sua alma; o que mais teme é a luz que abre os olhos aos cegos; esse erro lhe tem proveito e, por isso, se agarra a ele e o defende”.
“Não há nada secreto que não deva ser descoberto, nem nada de oculto que não deva ser conhecido e manifestar-se publicamente”. - São Lucas, cap. VIII, v. 16-17
“Todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência daquele a quem é dirigido, porque há pessoas a quem uma luz muito viva ofusca sem esclarecê-las”.
“Não se deve colocar a candeia sob o alqueire, porque sem a luz da razão, a fé se enfraquece”.
“Ocorre com as idéias o mesmo que com as sementes: elas não podem germinar antes da época, e somente em terreno preparado; por isso, é melhor esperar o tempo propício e cultivar primeiro as que germinam, para evirar que abortem as outras em as apressando muito”.
“Aqueles que tiverem medo de se confessarem discípulos da verdade, não são dignos de serem admitidos no reino da verdade”.
“Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual; lá, colherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza”.
“O progresso e filho do trabalho, e o trabalho coloca em ação as forças da inteligência”.
“Onde está o vosso tesouro, aí também está o vosso coração”.
“Não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã, cuidará de sim mesmo. A cada dia basta o seu mal”. - São Mateus, cap. VI, v.19-21, 25-34
“Deus conhece as nossas necessidades, e as provê segundo o necessário; mas o homem, insaciável em seus desejos, não sabe sempre se contentar com o que tem; o necessário não lhe basta, lhe é preciso o supérfluo”.
“As preces pagas têm um outro inconveniente: aquele que as compra se crê, o mais frequentemente, dispensado de orar, porque se considerou quite quando deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos são tocados por meio do pensamento daquele que se interesse por eles; qual pode ser o fervor daquele que encarrega um terceiro de orar por ele, pagando; qual é o fervor desse terceiro quando delega seu mandato a um outro, este a um outro, e assim por diante? Não é reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda corrente?”.
“Deus não vende nem sua bênção, nem seu perdão, nem a entrada no reino dos céus; o homem, pois, não tem o direito de as fazer pagar”.
“Todo quele que se eleva será humilhado, e todo aquele que se humilha, será exaltado”. - São Lucas, cap. XVIII, v. 9-14
“É, pois, evidente que o homem é o autor da maioria das suas aflições, e que delas se pouparia se agisse sempre com sabedoria e prudência”.
“Do coração do egoísta, daquele que ora nos lábios, não podem sair senão palavras, mas não os impulsos da caridade que dão à prece todo o seu poder”.
“A prece que é recusada é a do orgulhoso que tem fé em seu poder e em seus méritos, e crê poder se substituir à vontade do Eterno”.
“Cem pessoas reunidas podem orar como egoístas, enquanto que duas, ou três, unidas em comum aspiração, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força que a das outras cem”.
“Uma crença que resseca o coração não pode se aliar com a de um Deus que coloca, em primeiro lugar entre os deveres, o amor ao próximo”.
“A prece! ah! Como são tocantes as palavras que saem da boca que ora! A prece é um orvalho divino que destrói o maior calor das paixões; filha primogênita da fé, ela nos conduz ao caminho que leva a Deus”.
“A forma não é nada, o pensamento é tudo. Orai, cada um, segundo as vossas convicções e o modo que mais vos toca; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras estranhas ao coração”.
“Antes de nos lamentarmos da nossa sorte, perguntemo-nos se ela não é obra nossa; a cada infelicidade que nos chegue, perguntemo-nos se não dependeu de nós evita-la; mas digamos também que Deus nos deu a inteligência para nos tirar do lamaçal, e que depende de nós dela fazer uso”.
“Preservai-nos, ó meu Deus, de conceber a inveja contra aqueles que possuem o que não temos, nem mesmo contra aqueles que têm o supérfluo, quando nos fala o necessário. Perdoai-lhes, se olvidam a lei de caridade e de amor ao próximo, que lhes ensinastes”.
“A caridade não consiste em assistir o semelhante na necessidade; consiste também no esquecimento e no perdão das ofensas”.
“Senhor, sustentai-nos em nossa fraqueza; inspirai-nos, pela voz dos nossos anjos guardiães e dos Bons Espíritos, a vontade de nos corrigir em nossas imperfeições, a fim de fechar, aos Espíritos impuros, o acesso à nossa alma”.
“Praza a vós, Senhor, que os nossos desejos se cumpram! Mas nos inclinamos diante da vossa sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado compreender, que seja feito segundo a vossa santa vontade, e não segundo a nossa, porque não quereis senão o nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos é útil”.
“Por suas imperfeições, o homem sendo a causa primeira das misérias que suporta é, o mais frequentemente, seu próprio mau gênio”.
“Nosso adiantamento depende de nós, porque todo homem que tem o gozo de suas faculdades, para todas as coisas, tem a liberdade de fazer ou não fazer; não lhe falta, para fazer o bem, senão a vontade”.
“Os defeitos são as barreiras que nos separam de Deus, e cada defeito superado será um passo dado na senda do progresso, que dele me há de aproximar”.
“O Senhor, em sua infinita misericórdia, houve por bem conceder-me a existência atual, para que sirva ao meu adiantamento; bons Espíritos, ajudai-me a aproveitá-la, a fim de que não se torne perdida para mim, e que, quando a Deus aprouver ma retirar, eu dela saia melhor do que entrei”.
“O homem esquece facilmente o bem, e se lembra antes daquilo que o aflige. Se registrássemos, dia a dia, os benefícios dos quais somos objeto, sem os ter perdido, ficaríamos frequentemente espantados de os ter recebido tantos, que se apagaram da nossa memória, e humilhados com a nossa ingratidão”.
“O que é verdadeiramente útil para aquele que sofre é a coragem e a resignação, sem as quais o que suporta é sem proveito para ele, porque será obrigado a recomeçar a prova”.
“A humilhação está no mal, e não no bem, e sabemos que, cedo ou tarde, justiça será feita a cada um segundo as suas obras”.
“A verdade está segura de si mesma; convence e não persegue, porque disso não tem necessidade”.
“O erro não pode prevalecer contra a verdade, quando a luz se faz nas inteligências; se é verdadeira, a perseguição não tornará falsa. A perseguição é o batismo de toda idéia nova, grande e justa; ela cresce com a grandeza e a importância da idéia. A animosidade e a cólera dos inimigos da idéia está em razão do medo que ela lhes inspira”.
“No mundo invisível, como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos porque agem na sombra, e deles não se desconfia. Eles têm as aparências da fé, mas não a fé sincera”.
“Nada é impossível àquele que quer, porque Deus vos deu, como a todas as suas criaturas, a liberdade de escolher entre o bem e o mal; quer dizer, entre a felicidade e a infelicidade, e ninguém está condenado a fazer o mal. Se tendes a vontade de fazê-lo, podeis ter a de fazer o bem e de ser feliz”.
“Se Deus não tivesse querido que os sofrimentos corporais fossem dissipados ou abrandados em certos casos, não teria colocado os meios curativos à nossa disposição. Sua previdente solicitude a esse respeito, de acordo nisso com o instinto de conservação, indica que é do nosso dever procurá-los e aplicá-los”.
Texto e Imagem: Google
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