Naquela manhã, Alícia sentia-se apreensiva...
Afinal, por longos oito meses ela aguardava por aquele dia, quando finalmente ia conhecer Tommaso, seu amor italiano!
Um amor que nasceu na distância dos tempos modernos, através da era digital, e que permitiu não só encurtar as fronteiras geográficas como também as barreiras do coração.
E agora, depois dos tantos contatos virtuais e dos sentimentos vividos através dos emails e das mensagens, que transformaram paixão em amor verdadeiro, ela não ousou abrir a carta que recebera naquela manhã...
Não queria estragar aquele momento tão sublime e importante com recordações do passado. O que passou, passou. E ela se sentia imensamente livre e disposta a ser feliz novamente, ainda que todos considerassem uma loucura essa história de amor virtual.
Por isso, vestiu-se não só da sua melhor roupa, mas da sua maior vontade de reescrever sua história! E já ia chegando à porta quando se lembrou da carta; atrasada, colocou o envelope no bolso do casaco e saiu apressada para buscar o seu novo amor!
E ali, no setor de desembarque do aeroporto, com o coração aos pulos, enfiou as mãos trêmulas no bolso! Sentiu a carta no mesmo instante que cruzou o olhar com ele! Ali estava ele, mais real que nunca!
Mas por um momento o mundo dela parou! Ela ergueu a carta e, quando ele parou diante dela, sorrindo lindamente, rasgou-a em pedacinhos, fez dela uma chuva de confetes e disse alegremente: seja bem vindo, amore mio!
• Conto autoral publicado no site "Sweek" •
Texto: Léia Silva / Imagem: Google
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