Título original: Le sel de la vie
Autor(a): Françoise Héritier
Ano da edição: 2014
Editora: Valentina
Gênero: Reflexão
Catalogação: Biografia
Sinopse: Existe uma forma de leveza e de graça no simples fato de existir, que vai além das ocupações, além dos sentimentos poderosos e dos engajamentos políticos. É sobre isso que este livro fala. Sobre esse pequeno plus que nos é dado a todos: "O Sal da Vida". Nesta meditação, nesta espécie de poema em prosa em homenagem à vida, totalmente íntimo e sensorial, a renomada antropóloga Françoise Héritier vai atrás das pequenas coisas agradáveis (às vezes nem tanto) às quais aspira o mais profundo do nosso ser: as imagens e as emoções, os momentos marcados de recordações que dão sabor à vida, que a tornam mais rica e mais interessante do que muitas vezes acreditamos que ela seja, e que nada nem ninguém poderá nos tirar, nunca, jamais!
TRECHOS EXTRAÍDOS NA LEITURA DO LIVRO
“Trata-se, pura e simplesmente, da maneira de fazer de cada episódio da sua vida um tesouro de beleza e graça, que aumenta sem parar, sozinho, e que nos renova a cada dia”.
“Com certeza, tem provisões de lembranças próprias que apenas pedem para ressurgir com o intuito de fazer companhia e apoiá-lo nos atos futuros. Aprendi a conhecê-las pelo que elas são: os sabores referenciais da nossa vida”.
“Esse ‘eu’, que é a nossa riqueza, é construído quando nos abrimos para o mundo - a aptidão pelo observar, a empatia com o ser vivo, a necessidade de se incorporar ao real. O ‘eu’ não é somente aquele que pensa e que faz, mas aquele que sente e que experimenta, segundo as leis, uma energia interna subjacente, incessantemente renovada”.
“Eu quis ir atrás da força imperceptível que nos impulsiona e que nos define. Ela depende, naturalmente, da nossa história de vida, mas não é passadista: ela é a própria essência e a justificativa, embora ignorada, de toda ação presente e futura”.
“Devemos reconhecer não simplesmente uma pequena, ingênua parte da infância, mas esse grande húmus de afetos que nos alimenta, nos forja e que continua a forjar, sem cessar, os seres sensíveis que somos”.
“Que não fiquemos simplesmente obnubilados pelos objetivos a serem atingidos - construir carreira, abrir um negócio próprio, rendas a assegurar -, perdendo de vista o ‘eu’ que está em debate”.
“Que saibamos que subentendido na façanha sempre renovada de viver está o motor profundo que é a curiosidade, o olhar condescendente de empatia ou de crítica, e sobretudo essencial, que o ‘eu’ lança ao mundo à sua volta”.
“O acontecimento se vai, levanta voo, mas o essencial fica gravado no corpo e ressurge com o charme furtivo de uma evocação, com o frêmito de uma sensação, com a força surpreendentemente viva e às vezes incompreensível de uma emoção”.
“A recordação não existe mais, porém a memória sensorial do corpo continua a falar. Somos um tecido munido de sensores que registram marcas tenazes que nos servem de tutores para tomarmos nosso rumo. Recordações demais nos deixariam paralisados. Restam os protótipos daquilo que, de fato, nos afetou no grande registro das emoções possíveis”.
“O mundo existe por meio dos nossos sentidos, antes de existir de maneira ordenada no nosso pensamento, e temos de fazer de tudo para conservar, ao longo da vida, essa faculdade criadora dos sentidos: ver, ouvir, observar, entender, tocar, admirar, acariciar, sentir, cheirar, saborear, ter ‘gosto’ por tudo, por todos, pelo próximo, enfim, pela vida”.
Texto e Imagem: Google
📚 Biblioteca Pessoal

Nenhum comentário