Autor(a): Ana Cristina Vargas / Espírito: José Antônio
Ano da edição: 2015
Editora: Vida e Consciência
Gênero: Romance
Catalogação: Romance Espírita
Sinopse: Espanha muçulmana, baixa Idade Média, uma mulher incomum no eixo cultural das três grandes religiões monoteísticas. Apaixonar-se por Layla é fatal. Sua vida contada nas páginas desse romance é um manancial de força, fé, superação, esperança e amor. Desperta o desejo de desvendá-la, de conhecer os mistérios de sua natureza feita de abismos intensos e profundos. De entender a religiosidade e a fé que foram suas maiores armas para enfrentar a sociedade e uma cultura masculina em que a mulher é encoberta pelo véu da invisibilidade e suas idéias não tem vez nem voz. Curiosa, inteligente, sagaz, rebelde e independente ela mostrou que não sabia ficar calada, nem viver à sombra; submetia-se apenas a Alá. Sua vida é envolta no fascínio da noite desde a escuridão profunda ao brilho terno do astros, da calmaria ao comando das tempestades, do desprezo à paixão. Nunca aceitou o não ou o fracasso, os reveses da vida foram para ela desafios.
TRECHOS EXTRAÍDOS NA LEITURA DO LIVRO
“Podemos escolher caminhos, mas feito isso, é fatal que se percorra a estrada; a menos, é claro, que nos arrependamos e voltemos atrás, o que implica uma nova escolha, cuja fatalidade será um sentimento de fracasso que precisaremos transformar em lição aprendida. A responsabilidade é outra decorrência direta. Se eu escolhi não cabe culpar ou glorificar qualquer outra coisa ou pessoa: sou responsável por isso”.
“Acho que os homens, além de crianças, são cegos que não querem ver algumas verdades óbvias. A força da vida não pergunta se ali por onde ela deseja passar estão erguidas essas barreiras do pensamento humano; ela simplesmente devasta; é como uma tempestade que não vê as construções que derruba”.
“A sabedoria divina provê muitos caminhos, que podem ser semelhantes e conduzir ao mesmo lugar, mas nada impede que diferentes experiências se deem com cada um ao percorrê-los”.
“ É mil vezes melhor o silêncio a palavras que ferem quando o coração sangra atingido por uma dor (de amor) - que não mata - mas conduz à agonia”.
“As verdadeiras lutas se travam - se vencem ou se perdem - na alma humana. Se os sentimentos dão a vontade e a força, a inteligência fornece e usa as armas; se sentimentos e inteligência não são mobilizados, o homem bate em retirada, foge da luta”.
“A vida respondia que era precisa e mais importante sentir e ser misericordioso, mais do que pregar sobre misericórdia. Dizia, também em sua maneira de falar, que fazer aos outros o que desejamos que nos façam, não é fazer o que queremos, mas sim o que o outro precisa na condição em que se encontra”.
“A coragem implica um comportamento integrado entre razão e sentimento, uma confiança em si e nas forças maiores da vida que regem nossos destinos; é andar sempre de mãos dadas com a esperança; uma outra forma de interpretar o ‘não separareis o que Deus uniu’. O Criador nos concedeu a razão e os sentimentos, juntos. Nós é que teimamos em separa-los, pagando o preço dessa desunião/divisão interior refletida em nossa conduta. Coragem não é expor-se de forma voluntária ao perigo; ao contrário, é conjura-lo quando possível, e enfrenta-lo racionalmente e com ousadia quando inevitável. É reconhecer os próprios limites e aceita-los em busca da superação”.
“As mulheres são corajosas. Têm uma coragem diferente da dos homens. Elas não se desesperam. Quando nós, homens, não sabemos mais o que fazer, elas confiam e esperam. Não esmorecem na luta, abrem-se a alguma intuição que não sei de onde vem, mas chega e, quase sempre, resolve. Deve ser por isso que é a elas que chamamos para cuidar dos pacientes que estão para morrer e das mulheres que vão dar à luz. Elas vivem extremos com tranqüilidade. Acho que aceitam, por um lado, o inevitável – e onde os homens já não vêem o que fazer elas enxergam a mão pedindo apoio para a hora da travessia; de outro, resignam-se diante da impossibilidade de evitar a dor para outro ser humano e de presencia-la e conforta-la; em ambos os casos reconhecem a força maior da natureza e cooperam. Devem saber lidar melhor com o sentimento de impotência que essas experiências trazem”.
“A distância que o tempo impõe aos fatos acaba por nos dar o esquecimento que ameniza as dores”.
“A vida é dura, mas é linda. Não deixa nunca de perceber a beleza de cada dia. Pode ser estranho dizer, mas é real. Mesmo a dor mais profunda pode ser um momento de rara beleza em nossas vidas, se tivermos a consciência de que fizemos o melhor ao nosso alcance e que diante de Deus estamos em paz. O resto é resto simplesmente. Coma o melhor da vida e não se preocupe com as sobras. A essência de cada um, de cada ato, de cada sentimento, de cada coisa que vive, é o que importa. O resto é resto. Dê a sua essência a quem a merecer e aos outros deixe o resto.
“Quem não tem cicatrizes não viveu. Cada uma das marcas que trazemos no corpo contam parte da nossa história, dão testemunho das lutas e dificuldades que vencemos. Se não as tivéssemos para exibir significaria que estávamos mortos, derrotados. Dizem os sábios que nossas partes físicas mais fortes são as cicatrizes; eu penso que de nossas almas também”.
“As cicatrizes provam que enfrentamos desafios, e o fato de exibi-las significa que não morremos, que a vida continua. Somos vencedores”.
“Penso que a morte é um fenômeno natural, uma lei. Igual ao nascer e o pôr do sol, são faces de um mesmo dia. A vida e a morte são partes da natureza, de um movimento ou uma dança da existência. Não há vitória ou derrota nesse fato; há um ciclo. Morrem vencedores e vencidos. É preciso aceitar. (...) A natureza, o destino ou Deus – como quiser chamar – a cada dia nos oferece um fato novo, uma experiência nova para nos exercitar na arte de receber, de bem aceitar aquilo que nos é ofertado”.
“Aceitar não é o mesmo que concordar com tudo, obedecer a qualquer um. Não é acomodação ou inércia. (...) Aceitação é a recepção íntima, a acolhida interna que damos ao presente, sem revoltar, sem ignorar, sem omitir. É em tudo sorrir para Deus pensando que há o propósito de fazer melhor e caminhar, agir, trabalhar para mudar o que não gosto ou não faz feliz”.
“Ninguém é somente falho ou portador de problemas; é também capaz, inteligente, amoroso, gentil, mas que precisa acreditar no que tem de bom em si para fazer esse aspecto florescer, vir à luz e brilhar”.
“Precisamos olhar as sombras, as perdas, admitir as derrotas, mas precisamos igualmente, e com mais confiança, contemplar a luz que há em nós, as imensas potencialidade que carregamos e as renovadas oportunidades que a vida nos dá. Tudo e todos são passíveis de transformação. Somente aqueles que ficam olhando para trás, contemplando o passado, endurecem, tornando-se amargos”.
“Há luz em todos nós, mas como o sábio dizia, precisamos ter olhos de ver e ouvido de ouvir, ou seja, precisamos refletir sobre as lições e extrair delas a compreensão. (...) Olhos de ver é também a capacidade de abrir-se ao mundo. O sentido de ver não pertence aos olhos. Ver além de si”.
“Os olhos se movem em todas as direções, menos para trás. Significa dizer que você pode olhar para dentro, para fora, para os lados, vendo a si, aos outros e a todas as coisas que o Altíssimo colocou ao alcance de suas criaturas, com exceção do que já se foi. Você se tornará um cego do mundo e da vida se fechar-se nessa visão. Insisto, abra os olhos e veja; ouça com ouvidos de ouvir, e entenderá que a luz que carrega, somente você poderá colocar em lugar útil para iluminar a sua jornada e daqueles que dele possam se servir.”
“Trabalhe, não tema, confie em Deus e avance. Um dia depois do outro, no ritmo cadenciado da roda do progresso que faz girar nossas existências, aprenderá que temos muito mais a agradecer do que a pedir ao Senhor da Vida, e, principalmente, temos mais presenças do que ausências, ganhos do que perdas, fatura e abundância do que misérias; muito mais amor a descobrir do que ódios a remoer. Depende do modo como vemos e ouvimos a vida e a Deus. Pense, depois vá e trabalhe. A insegurança e o medo são transitórios; a coragem e o valor morar são permanentes”.
“É sempre mais fácil atribuir a outrem ou a uma causa externa as razões que nos levaram a cometer um erro. É o orgulho que, regra geral, caminha de mãos dadas com a irresponsabilidade, mostrando algumas de suas garras. Admitir a humana capacidade de errar exige maturidade, libertação de conceitos ilusórios, das manias de perfeição, das tolas vaidades de crer-se superior ou infalível. Sim, admitir-se plenamente humano é admitir-se capaz de errar; admitir-se responsável por suas ações é demonstração de humildade; aprender com seus erros é caminhar com segurança nas sendas da evolução”.
Texto e Imagem: Google
📚 Biblioteca de Terceiros

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